Primeiras redes 5G globais são mais irregulares do que potentes
A euforia em relação às redes de quinta geração está a todo vapor desde que a Qualcomm declarou “O 5G está aqui, e é hora de comemorar” em fevereiro do ano passado.
A realidade, no entanto, tem exigido paciência dos consumidores devido ao tempo necessário para instalar as redes e à falta de aplicativos para acelerar o uso.
Um ano depois de a Coreia do Sul ter lançado a primeira rede comercial 5G completa do mundo e meses após a China inaugurar a maior do planeta, repórteres da Bloomberg News testaram o desempenho do 5G entre as principais operadoras de ambos os países.
Testes em Hong Kong e Tóquio mostraram resultados semelhantes: falhas de cobertura que poderiam deixar a maioria dos primeiros usuários aguardando as redes atingirem velocidade máxima.
Fabricantes de smartphones lançaram neste ano uma série de aparelhos 5G. Samsung Electronics, Huawei Technologies e Xiaomi promoveram a nova tecnologia sem pedir preços muito mais altos ou comprometer o design.
Milhões de telefones 5G já foram vendidos e, para bilhões de pessoas que ainda não compraram, o novo padrão sem fio será em breve a opção padrão.
As operadoras não se movem tão rápido. Estão investindo bilhões de dólares para configurar e expandir as redes 5G, mas o design técnico desse novo padrão exige alta densidade de rede para fornecer as velocidades estratosféricas anunciadas.
Quando tiverem torres suficientes, pretendem recuperar os custos iniciais, oferecendo mais complementos que exigem muita largura de banda, como o serviço de streaming de jogos GeForce Now, da Nvidia, que o SoftBank lançou no Japão em 10 de junho.
Onde está disponível, mesmo sem atingir as velocidades teóricas máximas, o 5G é um upgrade impressionante para a maioria dos aplicativos de consumo.
Por exemplo, a um gigabit por segundo (1 Gbps), um usuário pode baixar um audiobook de 9 horas em menos de 1 segundo, de acordo com a Fastmetrics, provedor de serviços de Internet com sede nos EUA.
Mesmo a 1/10 dessa velocidade, 100 megabits por segundo, um programa de TV de 45 minutos leva apenas 16 segundos para ser baixado, estima a Fastmetrics.
Operadoras na América do Norte, Europa e Austrália também instalaram o 5G com resultados até agora decepcionantes para consumidores.
Em março, testes conduzidos pela RootMetrics nos EUA, a escolha parecia ser entre velocidade rápida e disponibilidade insignificante – a Verizon Wireless registrou velocidade máxima de 846 Mbps com 3,1% de disponibilidade em Chicago – ou maior disponibilidade sem muito aumento de velocidade – a T-Mobile US cobria 57% de Washington, mas com velocidade menos impressionante, de 148 Mbps.
Embora a presença do 5G esteja crescendo, empresas que fabricam peças para telefones apostam em uma onda de atualizações para impulsionar a demanda por smartphones e ajudar a estimular economias de Taiwan à Coreia do Sul.