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Previsão de compra por concorrente francês movimenta papel do Carrefour no Brasil

06 jan 2022, 14:34 - atualizado em 06 jan 2022, 14:56
Carrefour
Qualquer negócio precisaria do apoio dos acionistas-âncora do Carrefour (Imagem: Carrefour/Divulgação)

As ações do Carrefour Brasil (CRFB3) lideraram as altas do Ibovespa (IBOV) durante boa parte da manhã desta quinta-feira, 5, com ganho de cerca de 4,44%, após a informação de que a rede de supermercados Auchan estaria desenhando uma nova proposta de aquisição do rival Carrefour, na França.

Segundo a Bloomberg, a companhia tem tido conversas com fundos de private equity, como a CVC Capital Partners, sobre uma possível parceria para fazer uma oferta conjunta.

Ainda de acordo com a agência, uma combinação dos negócios com o Carrefour levaria a família fundadora da Auchan, Mulliez, a criar a maior rede de supermercados da França e fortalecer sua posição em meio a desafios propostos pelos rivais alemães de baixo custo.

Qualquer negócio precisaria do apoio dos acionistas-âncora do Carrefour, a família Moulin e do empresário do varejo brasileiro Abilio Diniz.

O presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), Eduardo Terra, lembra que, se a história for confirmada, essa seria a entrada da família controladora da Auchan no varejo alimentar brasileiro.

Os Mulliez já têm presença no País por meio de outras marcas varejistas como a Decathlon e a Leroy Merlin.

No entanto, o movimento no segmento alimentar é relevante, pois a operação brasileira é considerada uma fortaleza no Grupo Carrefour, especialmente por ter na carteira a rede de atacarejos Atacadão, que entrega números robustos de crescimento à matriz.

A gestão da Auchan é considerada bem sucedida e mais caracterizada por presença dos donos do negócio.

Do lado do Carrefour, a condução da companhia é feita de maneira mais pulverizada.

Para Terra, a suposta combinação de negócios – da qual não se sabe detalhes – geraria sinergias e daria à Auchan uma escala importante na França.

Do lado brasileiro, o movimento dos acionistas parece se relacionar à perspectiva de um novo investidor qualificado no negócio que teria planos de crescimento para a companhia.