Opinião

Previdência privada: Vale a pena?

30 mar 2019, 15:03 - atualizado em 29 mar 2019, 19:26

Por App Renda Fixa

Ao pensar na aposentadoria, muita gente costuma pensar sobre um plano de previdência privada e se o mesmo de fato vale a pena. Muitas vezes, ela é vista como a única forma de garantir estabilidade financeira depois de se aposentar, sem a necessidade de contar somente com o INSS.

Entretanto, a previdência privada se constitui em um produto financeiro que muitas vezes não é bem compreendido.

A aposentadoria é um assunto bastante sério, sendo assim, antes de optar ou não por um plano de previdência privada, é necessário entender bem como esse produto funciona e pensando nisso é que separamos para você todas as informações que trazemos no artigo de hoje.

Veja nos próximos tópicos tudo que você precisa saber sobre a previdência privada e se essa é uma alternativa que de fato vale a pena. Para saber mais, continue lendo os próximos tópicos.

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Como funciona um investimento em previdência privada?

Para avaliar se vale a pena ou não para você investir em um plano de previdência privada, antes de mais nada você precisa entender como esse investimento funciona,

Uma previdência privada consiste em um plano de aposentadoria que não está atrelado ao Instituto Nacional de Seguridade Social – o INSS, sendo assim, o seu objetivo é complementar ou substituir a previdência pública.

Você pode encontrar diversas opções de planos de previdência privada disponíveis no mercado e cada um deles conta com características diversas.

Quando se fala em gestão de capital, a PP pode ser comparada com um fundo, uma vez que o produto conta com diversas similaridades em relação ao mesmo, tais como carteiras de ativos, gestores e taxas de administração, por exemplo.

Já se observarmos sob o ponto de vista legal, podemos comparar a PP a um seguro, uma vez que assim como ele, ela é regulamentada pela SUSEP.

Cada uma das tributações conta com características próprias, no entanto. No caso de falecimento do titular de uma previdência privada, por exemplo, a transferência do produto é realizada de uma forma diferente do que acontece com um fundo, pois não entra no inventário.

Nas instituições bancárias, a comercialização dos planos de previdência privada é realizada no setor de seguros e não no setor de investimentos.

Isso ocorre porque não haverá cobrança de impostos em caso de falecimento do titular e de transferência de patrimônio.

Uma previdência privada é um produto de seguridade sob a gestão de um fundo de investimento. Isso significa que o contratante vai alocar seu capital em um produto de PP para que possa resgatar esse valor futuramente e assim complementar a sua aposentadoria.

A diferença fundamental entre a aposentadoria pública do INSS e a privada é que no caso da segunda, é possível fazer o resgate do valor aplicado em qualquer momento, desde que respeitado o período de carência.

No caso do INSS, por sua vez, o resgate do patrimônio só pode acontecer depois da aposentadoria de fato e o beneficiário receberá o valor em sua conta mensalmente.

Os principais planos de previdência privada

Uma boa forma de descobrir se investir em um plano de previdência privada vale a pena para você é sabendo como funcionam os principais tipos de PP disponíveis no mercado.

As duas opções mais conhecidas são o VGBL e o PGBL. As diferenças entre os dois tipos de plano pode não parecer muito grande, entretanto, podem influenciar muito na rentabilidade futura.

De forma geral, o que difere o VGBL do PGBL é a tributação dos dois tipos de plano de previdência privada.

No caso do VGBL, o Imposto de Renda só incide em cima da rentabilidade auferida, já no caso do PGBL, por sua vez, a incidência é sobre o valor total que será resgatado.

Entretanto, no PGBL, é possível abater os aportes do IR em um limite de até 12% da renda anual.

Além disso, só é possível optar por um PGBL quem realizou uma declaração completa para que seja possível realizar os abatimentos do Imposto de Renda.

Caso você não saiba como realizar a sua declaração, o mais indicado é que você procure um contador para saber se vale ou não a pena para você contratar um PGBL.

É importante ressaltar que o abatimento do IR nada mais é do que um adiantamento do pagamento do imposto.

Independente do plano escolhido, é necessário optar por um dos 2 regimes tributários a seguir:

1. Progressivo: de acordo com o valor na aplicação, onde entre 15 e 27,5% da aplicação será retido na fonte;

2. Regressivo: onde a retenção pode ser de entre 10 e 35%, variando em relação ao tempo em que o dinheiro ficará aplicado. Dessa forma, quanto mais tempo você investir, menos imposto terá de pagar.

A previdência privada vale a pena?

Alguns especialistas no tema, costumam afirmar que uma PP não compensa, não sendo a melhor alternativa para que deseja criar uma reserva financeira para a aposentadoria.

Entretanto, é um consenso de que o fato de ter um plano de previdência privada é melhor do que não contar com reserva alguma.

Caso você decida por uma previdência mais conservadora, é, na prática, impossível que você tenha um resultado, depois de 30 anos, seja melhor do que o que você teria se tivesse optado por um investimento em renda fixa como as LCs, os títulos privados ou o Tesouro Direto.

Isso acontece porque o fundo de previdência sempre aloca o capital nesses mesmos investimentos, entretanto, ao longo do tempo, é cobrada a taxa de administração anual e a taxa de carregamento, o que pode comprometer até 5% do capital aplicado.

Para entender melhor, observe a hipótese a seguir:

Caso você invista, mensalmente, 1 mil reais em um fundo de previdência atrelado a rentabilidade do CDI, automaticamente, você já teria perdido 50 reais por aplicação.

Sendo assim, depois de um período de 1 ano, você já teria perdido 600 reais somente por causa da taxa.

Caso você invista o mesmo montante no Tesouro Direto, entretanto, todo o capital estaria gerando juros, sem essa perda inicial.

No final do período de 1 ano, você sofreria outra perda de capital em razão da taxa de administração.

Sendo assim, como um investimento, um plano de previdência privada pode não ser uma alternativa muito interessante.

Entretanto, para muitas pessoas, essa pode ser a melhor opção para garantir uma aposentadoria financeiramente tranquila, em especial no caso de quem não tem muita disciplina para poupar dinheiro.

Sendo assim, a PP pode ser a melhor escolha, dependendo do perfil da pessoa e dos seus objetivos.

Além disso, no caso do falecimento do titular, o capital investido em um plano de previdência privada é tratado da mesma forma que um seguro de vida, não sendo incluído no inventário. Assim, essa parte do patrimônio não será afetada pelo imposto sobre herança.

Isso faz com que muitos optem por ela como forma de deixar o patrimônio para seus dependentes com menores perdas.

Optando por uma PP, é possível aplicar os seus recursos em um plano que possa atender melhor às suas necessidades, além disso, por meio desse plano, você vai expor o seu dinheiro a ativos financeiros, ainda que de forma indireta.

Além disso, um plano de previdência privada conta com a gestão e um profissional, que acompanha o desempenho das aplicações do fundo e realiza a alocação do capital.

A previdência privada X outras opções de investimento

Como dissemos, optar por um plano de previdência privada pode ou não valer a pena dependendo do perfil e dos objetivos da pessoa, principalmente nos casos de quem tem dificuldades para poupar e para investir dinheiro.

Entretanto, no mercado de investimento, estão disponíveis outras opções que podem ser mais rentáveis e sobre as quais não serão cobradas taxas de administração e de carregamento, por exemplo.

Um exemplo disso é o Tesouro Selic, que é bastante procurado, em especial por quem deseja um investimento de alta liquidez, já que ele oferece a possibilidade de resgates diários.

Comparado à previdência privada, esse investimento pode oferecer uma rentabilidade maior, uma vez que não há cobrança de taxas de carregamento e de administração.

Outras opções de investimento que podem oferecer uma rentabilidade maior do que a de planos de previdência privada são os CDBs e as demais alternativas do Tesouro Direto, que não contam com a cobrança de taxas excessivas.

No artigo de hoje você descobriu se investir em um plano de previdência privada vale a pena para você, que quer garantir uma reserva financeira para que possa desfrutar de uma aposentadoria tranquila.

Se você gostou desse artigo e quer ver mais conteúdo como esse, continue acompanhando as nossas publicações e confira também os nossos artigos anteriores no arquivo do blog.

Aqui no Renda Fixa você encontra as melhores dicas para escolher as melhores aplicações financeiras disponíveis no mercado de acordo com os seus objetivos e também orientações certeiras para que você consiga manter a sua vida financeira organizada e saudável. Fique ligado.