A Comissão do Trilhão: Quem irá controlar os 49 deputados?
Dois deputados federais, um em seu primeiro mandato, e outro ex-chefe da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, têm a missão de comandar a Comissão Especial da Previdência, local em que acontecem as discussões de mérito, e portanto, onde deverão ser feitas as mudanças na substância do texto.
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A equipe econômica do governo federal revelou ontem que a economia prevista com a proposta pode chegar a R$ 1,236 trilhão, em 10 anos, e a tarefa de por isso no papel e de controlar os ânimos de 49 deputados federais de 24 partidos está com os parlamentares Samuel Moreira (PSDB/SP), relator, e Marcelo Ramos (PR/AM), presidente da Comissão.
A boa notícia, argumenta a MCM Consultores em uma análise enviada a clientes, é que ambos sempre estiveram entre os apoiadores, mesmo que parciais, da proposta nos levantamentos relizados nas últimas semanas pelos jornais Estadão e Valor.
“A instalação da Comissão Especial e as escolhas do presidente e relator não são suficientes para alterar o cenário de votação no plenário da Câmara em agosto. Tampouco garante que não haverá uma razoável desidratação da proposta original. Mas o ambiente para a reforma da previdência melhorou”, indica a consultoria.
Veja, abaixo, um pouco do perfil de cada um:
Samuel Moreira – O relator
Em segundo mandato na Câmara, Samuel Moreira é visto como um político experiente. Ele foi Chefe da Casa Civil de Alckmin no Governo de São Paulo, e prefeito de Registro, cidade do Vale do Ribeira em São Paulo.
“Moreira tem perfil moderado e demonstra bastante convicção e conhecimento sobre a necessidade de reformar a previdência”, indica a XP Investimentos em um relatório.
A MCM lembra que, em 2015, ele foi o único entre 50 deputados tucanos a votar contra a derrubada do veto de Dilma Rousseff ao fim do fator previdenciário.
Marcelo Ramos – O presidente
Novato na Câmara, Ramos é avaliado como um bom articulador e defensor da reforma. A inexperiência, entretanto, pode atrapalhá-lo um pouco, aponta a MCM.
Talvez a sua melhor qualidade para esta tarefa seja o fato de que pertence ao PR, partido integrante do Centrão. “Atrela o bloco ao destino da reforma, que só será aprovada se tiver apoio majoritário dos deputados de PP, PR, MDB e PSD, ou seja, do núcleo do Centrão”, conclui a MCM.