Previdência aguada não afasta risco de novo rebaixamento
A reforma da Previdência diluída e aliada ao “pacote de bondades” anunciado pelo governo esta semana para avançar com a proposta, e que compromete o ajuste fiscal, pode manter o Brasil na mira das agências de classificação de risco para um novo rebaixamento do rating do país, argumenta o economista para América Latina da Roubini Global Economics, Pedro Tuesta.
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Segundo a Folha, especula-se que o governo pode manter o reajuste dos servidores previsto para 2018, aliviar dívidas de ruralistas no Funrural e agradar aos governadores com um cronograma diferente de pagamento de recursos da Lei Kandir, que é a desoneração de impostos estaduais sobre exportações.
A movimentação teria vindo da percepção de que o governo não tem o apoio necessário na Câmara para aprovar a reforma da Previdência. A contagem aponto para 270 deputados, ainda longe dos 308 necessários para o avanço no Congresso.
O Planalto atua para a retirada de “todos os obstáculos” e assim permitir a aprovação do texto pelo Congresso, disse hoje o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Moreira Franco.
“A adoção dessas medidas levará a uma revisão para cima do objetivo fiscal de 2018 e aumentará o risco de rebaixamentos de rating e a reversão da flexibilização monetária”, avalia Tuesta. O economista pondera ainda que, mesmo com a reforma, o próximo governo precisará tomar medidas para compensar as menores economias.