Prévia da Cyrela chega para mitigar preocupações de investidores com setor de construção
A Cyrela (CYRE3) reportou mais um conjunto de números positivos na prévia operacional do terceiro trimestre do ano, com lançamentos e estoques vendendo bem, na opinião do BTG Pactual (BPAC11).
“Os números operacionais vieram sólidos em geral – os lançamentos continuaram crescendo a um ritmo acelerado, e as vendas líquidas permaneceram fortes, visto que os lançamentos e os estoques venderam bem”, destacaram os analistas Gustavo Cambauva e Elvis Credendio, em relatório divulgado na noite desta quarta-feira.
Entre julho e setembro de 2021, a construtora lançou R$ 2,2 bilhões, avanço de 33,2% em relação aos mesmos três meses de 2020. Foram 12 empreendimentos lançados no período.
As vendas, por mais que tenham caído 20,2%, para R$ 1,3 bilhão, vieram 6% acima do que o BTG esperava. Do montante, R$ 195 milhões foram de estoque pronto, R$ 440 milhões de estoque em construção e R$ 730 milhões de lançamentos.
O BTG acredita que a prévia da Cyrela é uma maneira de mostrar aos investidores mais preocupados com a desaceleração das vendas das construtoras que os números seguem positivos. O banco reafirmou a recomendação de compra para a ação, com preço-alvo de R$ 37 para os próximos 12 meses, por vê-la “altamente atrativa”, negociada a 7 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2021 e 6 vezes P/L para 2022.
Quem gostou da prévia da Cyrela também foi a XP Investimentos. Segundo a corretora, as vendas refletiram a demanda sólida no segmento de média e alta renda para os produtos da Cyrela, apesar das perspectivas negativas de taxa de juros para o financiamento imobiliário.
O Bank of America manteve a recomendação de compra para o nome, sendo ele o top pick da instituição no setor, dado o forte momentum de ganhos somado à “mobilidade” entre os segmentos (a companhia conseguiu reduzir exposição à baixa renda).
Leitura neutra
Diferente dos demais bancos e corretoras, o Credit Suisse adotou uma visão neutra, ligeiramente negativa, sobre os dados divulgados pela Cyrela. Os lançamentos foram o ponto positivo do relatório, é verdade, mas a instituição acredita que a desaceleração nas vendas pode ser uma “bandeira amarela”.
“No geral, os números continuam saudáveis; no entanto, estamos cautelosos com a performance das vendas futuras, dada a competição mais rígida e a maior concentração dos lançamentos”, explicaram Daniel Gasparete, Pedro Hajnal e Vanessa Quiroga, do time de análise do Credit Suisse, em relatório divulgado também na noite de quarta.
O banco tem recomendação neutra para o papel da Cyrela, com preço-alvo de R$ 25.