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Preste atenção na Allied: ela está crescendo no varejo

30 jun 2021, 13:46 - atualizado em 30 jun 2021, 13:47
A Allied opera por meio de três modelos diferentes no varejo físico: lojas Samsung, quiosques Samsung e quiosques de outras marcas dentro de lojas de terceiros (Imagem: YouTube/Samsung Brasil)

A XP Investimentos iniciou a cobertura das ações da Allied (ALLD3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 38. A corretora está otimista com a distribuidora de eletroeletrônicos, que deve seguir ganhando escala até fazer sua entrada no varejo físico e digital e passar a atender diretamente o consumidor.

A companhia opera por meio de três modelos diferentes no varejo físico: lojas Samsung, quiosques Samsung e quiosques de outras marcas dentro de lojas de terceiros (SiS ou Store-in-Store, na sigla em inglês). Com a expansão das operações de maneira orgânica e via M&As (fusões e aquisições), a XP acredita que a Allied pode ganhar mais notoriedade. É um nome que está crescendo no setor.

“A Allied tem sido capaz de desenvolver serviços e soluções para melhor servir seus clientes enquanto explora novos caminhos de crescimento com margens lucrativas dentro de seu ecossistema de varejo”, comentaram os analistas Matheus Soares, Vitor Pini e Danniela Eiger, em relatório divulgado domingo à noite.

A Allied tem as soluções SAV/Wooza (venda de produtos e serviços), Soudi (crédito e pagamentos) e Mobcom (vendedor de e-commerce e marketplace), além de uma plataforma multicanal integrada ao canal de varejo (lojas físicas e digitais). A companhia também tem uma parceria com o Itaú (ITUB4) para a venda de iPhones aos clientes do banco.

Atualmente, a empresa conta com 30 marcas em seu portfólio – Apple, Samsung e Microsoft, por exemplo – e 3,4 mil clientes – de pequenos varejistas a grandes regionais e nacionais, como Magazine Luiza (MGLU3), C&A (CEAB3), Via (VVAR3) e Havan.

O varejo já responde por 25% das receitas da Allied e 47% do seu lucro bruto. A XP estima que esses números podem chegar a, respectivamente, 45% e 70% em 2024.

“Estimamos um CAGR (taxa de crescimento anual composta) de lucro líquido de 21,2% entre 2021-24, com margem líquida atingindo 4,7% em 2024 (de 3,7% em 2021), à medida que o varejo (um negócio de margem mais alta versus distribuição pura) aumenta sua relevância para a empresa”, completaram os analistas.

“Enxergamos vários caminhos de crescimento que devem impulsionar a lucratividade da empresa à medida que aumenta sua exposição ao varejo”, afirmou a XP Investimentos (Imagem: REUTERS/Kim Hong-Ji)

Valuation atrativo

A ação da Allied tem registrado uma boa performance. Mesmo após a alta expressiva do ativo (o preço mais que dobrou desde o IPO [oferta pública inicial] em abril deste ano), a XP acredita que o papel tem potencial para mais valorização.

“Enxergamos vários caminhos de crescimento que devem impulsionar a lucratividade da empresa à medida que aumenta sua exposição ao varejo”, afirmaram Soares, Pini e Eiger. “Como resultado, enxergamos um valuation atrativo”.

Segundo a XP, a ação está sendo negociada a 11,7 vezes P/L (preço sobre lucro) para 2022 com CAGR de lucro estimado em 21,2% entre 2021 e 2024, em linha com os distribuidores locais “puros”, mas bem abaixo dos varejistas locais, que negociam a aproximadamente 26 vezes P/L.

“Acreditamos que a Allied deveria negociar com um prêmio para os distribuidores, dado seu robusto e crescente negócio de varejo”, reforçou o time de análise.