Pressão sobre Fed aumenta com denominação de China como “manipuladora”
O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, que na semana passada cortou a taxa de juros dos Estados Unidos como uma medida de segurança contra os efeitos das tensões comerciais, pode precisar de mais cobertura depois que os EUA denominaram a China na segunda-feira como manipuladora cambial.
A decisão do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, inicia um processo formal para se referir ao que os EUA dizem ser a “vantagem competitiva injusta” no comércio que a China consegue com um iuan mais barato.
Os futuros dos mercados de ações caíam e os futuros dos Treasuries subiam, à medida que operadores apostavam que a recente intensificação da guerra entre EUA e China desacelerará ainda mais a economia dos EUA, forçando o Fed a responder com cortes mais acentuados nos juros para afrouxar as condições financeiras e incentivar as empresas a contratar e realizar gastos.
A decisão foi “um choque”, disse Tim Duy, professor de economia da Universidade de Oregon.
Se o corte nos juros da semana passada foi o modo de o Fed se assegurar contra possíveis riscos, ele disse, “o potencial para riscos aumentou — e esse potencial é algo contra o qual eles vão reagir.”
Os juros futuros agora mostram que analistas veem uma chance de quase 40% de que o Fed reduza os custos dos empréstimos em 0,5 ponto percentual no próximo mês, ante menos de 2% na sexta-feira e 30% na segunda-feira.
Na segunda-feira, a China deixou sua moeda se enfraquecer além do nível de 7 iuanes por dólar pela primeira vez em mais de uma década. A China também interrompeu as compras de produtos agrícolas dos EUA, intensificando uma guerra comercial que tem agitado os mercados financeiros, interrompido as cadeias de fornecimento e desacelerado o crescimento global.