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Pressão saudita sobre players de frango funciona e BRF amplia investimentos em autossuficiência local

13 jan 2022, 11:36 - atualizado em 13 jan 2022, 11:43
BRF BRFS3
Nova linha de produção da BRF na Arábia Saudita consolida presença da companhia em uma de seus principais mercados

A queda de 24,4% nas vendas de carne de frango brasileira à Arábia Saudita, em 2021, que perdeu os postos de maior cliente brasileiro no mundo árabe e o de segundo global, consolidou a proposta do reino em partir para aumentar sua produção local.

Para a BRF (BRFS3), com vários investimentos na região, que também é o principal destino de suas exportações, esse sinal já havia sido detectado e preocupava.

Certamente, acelerou os passos da multinacional brasileira em correr com novos investimentos no país, como o anunciado nesta quinta (13). O movimento se antecipa a concorrentes que possam vir a fazer o mesmo pressionados por importações menores desse mercado, além de consolidar suas marcas na preferência de 30 milhões de consumidores.

Como a Arábia Saudita não tem meios, fora recursos financeiros, para prover sua produção doméstica sem a expertise dos players mundiais, havia pressões para passassem a produzir localmente, diz o ex-diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB), Michel Alaby, consultor com muita experiência nas relações com aquele mercado.

Em maio de 2021, inclusive, as autoridades sanitárias sauditas reduziram o prazo de validade para entrada da carne de frango, após, também, bloquearem exportações de 11 unidades brasileiras, no que foi visto, pelo setor todo, como uma forma de barreira.

O CEO da Alaby & Associados lembra, também, que os investimentos da BRF nos Emirados Árabes, em 2014, na maior unidade produtiva em todo Golfo, nunca foram totalmente assimilados pelos sauditas.

Presente com unidade comercial há muito tempo no país, a maior processadora brasileira de carne de frango acabou montando pequena planta local e, agora, parte para outro aporte, de US$ 350 milhões, com apoio do fundo soberano saudita, que deterá 30% da nova fábrica.

 

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