Presidente do TSE manda que Defesa apresente resultado de auditoria das urnas em 48h

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18 out 2022, 10:57 - atualizado em 18 out 2022, 10:57

Eleições Urnas — Moraes pede que o Ministério da Defesa apresente, no prazo, quais foram as fontes de recursos utilizadas pelas Forças Armadas. (Imagem: Reuters/Rodolfo Buhrer)

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mandou que o Ministério da Defesa apresente o resultado da auditoria feita pelas Forças Armadas nas urnas eletrônicas durante o primeiro turno das eleições seja apresentado em até 48 horas.

Na decisão, Moraes afirma que a atuação das Forças Armadas, em possível alinhamento ao presidente Jair Bolsonaro (PL), pode caracterizar desvio de finalidade e abuso de poder.

“As notícias de realização de auditoria das urnas pelas Forças Armadas, mediante entrega de relatório ao candidato à reeleição, parecem demonstrar a intenção de satisfazer a vontade eleitoral manifestada pelo Chefe do Executivo, podendo caracterizar, em tese, desvio de finalidade e abuso de poder”, disse.

Na semana passada, em reunião com o presidente, representantes do grupo de trabalho criado para fazer uma fiscalização paralela do funcionamento das urnas eletrônicas e acompanhar a apuração dos votos apresentaram um relatório parcial do que foi encontrado, mas, segundo fontes ouvidas pelo jornal “O Globo”, Bolsonaro teria impedido a divulgação.

Além das cópias dos documentos, o presidente do TSE pede que o Ministério da Defesa apresente, no prazo, quais foram as fontes de recursos utilizadas pelas Forças Armadas na fiscalização do pleito. A decisão atende uma representação da Rede Sustentabilidade.

“Essa pretensão de envolvimento desvirtuado e direto das Forças Armadas no pleito eleitoral vem sendo instrumentalizada concretamente por meio de inúmeras ‘sugestões’ feitas este Tribunal, a maior parte delas infundadas e sem qualquer suporte técnico, com o pretenso fim de dar maior confiabilidade ao sistema, sem nenhuma vulnerabilidade efetivamente apontar.”

O Tribunal de Contas da União também cobra que o relatório seja divulgado antes da realização do segundo turno e para todos, não apenas para o presidente Jair Bolsonaro.