Presidente do Bradesco reclama da violência: “São 14 caixas explodidos por semana”

Por Angelo Pavini, da Arena do Pavini – O presidente do Bradesco, Octávio de Lazari Junior, reclamou da violência no país, que acaba aumentando os custos dos bancos e dos empréstimos. “São 14 caixas explodidos por semana só no Bradesco”, afirmou, durante almoço com jornalistas. Segundo ele, o banco tem de manter um exército de 30 mil seguranças para proteger a rede. “Mas infelizmente as explosões de caixas são um reflexo da situação do país”, afirma.

Lazari diz que o prejuízo das explosões nem tanto é pelo dinheiro roubado, mas pelos danos causados às agências atacadas. “Cada caixa tem no máximo R$ 30 mil, mas o equipamento custa R$ 100 mil e a agência, mais de R$ 1 milhão”, diz. “Dá vontade de dar um vale para o ladrão para ele não destruir o equipamento”, ironiza. Mesmo os sistemas que mancham as notas quando caixa é violado não resolvem, diz Lazari. “Ainda temos de colocar a tinta nas máquinas, mas isso é solução, manchar as notas?” questiona.

Mas ele destaca que o pior é o risco para a segurança dos funcionários e para as pessoas que podem estar perto na  hora dos ataques dos ladrões, o que leva o banco às vezes a avaliar deixar determinadas cidades. “Somos o maior pagador de benefícios do INSS e sabemos que nossa presença em algumas cidades tem caráter social, é fundamental para a população, mas em alguns lugares chegamos a ter as agências explodidas seis, sete vezes, então, até para proteger os funcionários e as pessoas, fechamos a agência e em alguns casos deixamos só o terminal eletrônico”, diz.

O presidente do Bradesco diz que todos esses custos, assim como os de ataques cibernéticos, que também causam prejuízos elevados para os bancos, acabam indo para a taxa do empréstimo, ao lado de outros como a dificuldade em retomar os bens dados em garantia e os impostos.