Bancos

Presidente do BOE quer reduzir balanço antes de subir juros

22 jun 2020, 9:37 - atualizado em 22 jun 2020, 9:37
Banco da Inglaterra Andrew Bailey
Embora o presidente do BOE não tenha dito se prefere reduzir esse programa ou as linhas de crédito primeiro, as compras de ativos respondem pela maior parte do balanço do BOE (Imagem: Tolga Akmen/Pool via Reuters)

O presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, sinalizou uma grande mudança na estratégia do banco central para retirar os estímulos de emergência, enfatizando a necessidade de reduzir o balanço da instituição antes de subir os juros.

Em artigo no Bloomberg Opinion, Bailey disse que esse plano daria às autoridades mais poder de fogo em crises futuras.

O balanço do BOE aumentou para quase 700 bilhões de libras (US$ 864 bilhões) em razão das medidas extraordinárias da instituição durante a pandemia de coronavírus, e deve crescer muito mais por causa do programa de compra de títulos.

Embora o presidente do BOE não tenha dito se prefere reduzir esse programa ou as linhas de crédito primeiro, as compras de ativos respondem pela maior parte do balanço do BOE.

Antes da pandemia de coronavírus, o antecessor de Bailey, Mark Carney, disse que o banco central esperaria até os juros atingirem 1,5% antes de reduzir o estoque de ativos.

“Balanços elevados poderiam limitar a margem de manobra em emergências futuras”, escreveu Bailey. “Quando chegar a hora de retirar o estímulo monetário, na minha opinião, talvez seja melhor considerar o ajuste do nível de reservas primeiro, sem esperar para aumentar as taxas de juros de forma sustentada.”

“A relação entre juros e balanço patrimonial foi invertida”, disse James Rossiter, economista da TD Securities, que já trabalhou no BOE.

“O que está nos dizendo é que o balanço patrimonial não permanecerá tão elevado por muito tempo. No mesmo sentido em que o afrouxamento foi muito rápido e direcionado, com a normalização o BOE não hesitará em desfazer parte dessa política.”

Andrew Bailey Banco da Inglaterra
“Balanços elevados poderiam limitar a margem de manobra em emergências futuras”, escreveu Bailey (Imagem: Reuters)

A mensagem é um alerta para o mercado monetário de vários trilhões de dólares, que deveria ser uma fonte importante de liquidez, mas que começou a secar quando a crise chegou, obrigando o BOE a intervir.

O banco central já criticou a vulnerabilidade aparente desses fundos, que enfrentavam dificuldades em vender ativos para atender aos resgates, apesar de supostamente investirem em títulos de curto prazo e de baixo risco.

“Em vez de continuar contando com o apoio do banco central para todos os aspectos do sistema financeiro, precisamos de uma avaliação sólida das fraquezas deste último”, disse Bailey.

“O papel dos fundos do mercado monetário e os riscos que representaram para os mercados financeiros no auge da desordem são uma área a ser examinada.”

Desde que Bailey assumiu o comando do BOE em março, o banco central reduziu os juros para 0,1% e anunciou planos de aumentar a meta de compra de ativos em 300 bilhões de libras para conter o impacto econômico da pandemia. Também concedeu empréstimos em termos generosos para manter a liquidez elevada.

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