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Presidente do BID defende aumento de capital de US$ 80 bilhões

04 fev 2021, 15:20 - atualizado em 04 fev 2021, 15:20
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O BID emprestou um recorde de US$ 21,6 bilhões para a região em 2020 para o combate à pandemia (Imagem: REUTERS/Carlos Jasso)

O Banco Interamericano de Desenvolvimento precisará reduzir os empréstimos em pelo menos 25% em relação ao ano passado, a menos que seus membros aprovem um aumento de capital proposto de US$ 80 bilhões para ajudar países atingidos pelo coronavírus, segundo o presidente da instituição.

O BID emprestou um recorde de US$ 21,6 bilhões para a região em 2020 para o combate à pandemia, antecipando o financiamento atribuído a este ano e ao próximo, disse o presidente da instituição, Mauricio Claver-Carone, em entrevista na quarta-feira.

Os empréstimos deverão retornar à faixa de US$ 12 bilhões a US$ 16 bilhões a partir deste ano, mesmo com a crise na região, se não houver aprovação de mais recursos, principalmente dos EUA, disse.

Senadores dos EUA – Bob Menéndez, democrata de Nova Jersey, e Marco Rubio, republicano da Flórida – apresentaram em dezembro um projeto de lei para enviar US$ 600 milhões ao BID e autorizar US$ 23,4 bilhões em capital de reserva, que somados aumentariam o capital social do BID em US$ 24 bilhões em cinco anos.

A iniciativa faz parte de um plano de aumento total de US$ 80 bilhões em recursos, agregando os outros 47 membros do banco.

Seria o primeiro aumento de capital do BID, que tem sede em Washington, desde um acordo de 2010. Os EUA são o maior acionista do banco, com participação de 30%.

A América Latina foi fortemente atingida pela Covid-19. A região tem 8% da população mundial e responde por 25% das mortes.

Os países enfrentam uma das piores recessões econômicas já registradas, com milhões de pessoas perdendo empregos ou caindo na pobreza.

O BID pode desempenhar um papel fundamental na reconstrução, diz Claver-Carone.

“O único Plano Marshall que existe para uma região que precisa tão desesperadamente dele é o aumento de capital do BID”, disse Claver-Carone, comparando o trabalho do banco ao programa de ajuda dos EUA para reconstruir a Europa Ocidental após a Segunda Guerra Mundial.

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Seria o primeiro aumento de capital do BID, que tem sede em Washington, desde um acordo de 2010 (Imagem: REUTERS/Carlos Jasso)

Claver-Carone planeja usar a reunião anual do banco no próximo mês para pedir a outros países além dos EUA que iniciem o processo formal de aumento de capital, afirmou.

As prioridades da instituição incluem uma iniciativa para atrair manufatura e produção do exterior para a região; digitalização; iniciativas para pequenas e médias empresas; combate à mudança climática; e trabalhar na inclusão de gênero e aumento da presença de mulheres na força de trabalho.

Os EUA são o maior acionista do banco, com participação de 30% (Imagem: Pixabay)

Claver-Carone também disse que a implementação da vacinação na América Latina precisa melhorar. O BID anunciou em dezembro planos para mobilizar US$ 1 bilhão para ajudar os países a comprarem e distribuírem vacinas contra a Covid-19.

No entanto, o valor ainda é apenas uma fração dos US$ 150 bilhões que Claver-Carone estima que a região precisa para gastos com saúde para a pandemia de Covid-19, furacões e crise de refugiados na Venezuela.

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