Presidente do BC do Japão diz que era das taxas de juros baixas pode ter acabado
Os bancos centrais do mundo podem já estar enfrentando um novo ambiente econômico em que a inflação e as taxas de juros não voltarão mais aos níveis baixos do passado, disse o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, nesta quarta-feira.
Embora os fatores de oferta tenham sido responsabilizados pelo atual aumento da pressão inflacionária global, fatores de demanda, como o maciço apoio fiscal e monetário implantado durante a pandemia, também podem ter desempenhado um papel importante, disse Ueda.
Alguns acadêmicos dizem que a pressão inflacionária global pode acabar diminuindo, mas outros alertam que o atual período de inflação alta mudará a visão das pessoas sobre os preços, acrescentou.
- Entre para o Telegram do Money Times! Acesse as notícias que enriquecem seu dia em tempo real, do mercado econômico e de investimentos aos temas relevantes do Brasil e do mundo. Clique aqui e faça parte!
Dada alguma reversão da globalização e altos níveis de dívida pública e privada acumulada durante a pandemia, as taxas de juros globais podem não retornar ao período “baixo por muito tempo” vivido antes da pandemia, disse Ueda.
“Pode ser difícil negar a possibilidade de que já estamos em um novo normal que é diferente do período de (juros) ‘baixos por muito tempo'”, disse Ueda em comentários de abertura em uma conferência acadêmica anual organizada pelo banco central japonês.
Muitos bancos centrais, incluindo o Federal Reserve, têm elevado os juros agressivamente para combater um aumento abrupto e persistente da inflação.
O Banco do Japão manteve os juros ultrabaixos sob a visão de que o recente aumento da inflação acima de sua meta de 2% é impulsionado principalmente por fatores de pressão de custo e, portanto, será temporário.
Outro desafio que os bancos centrais enfrentam é a necessidade de entender melhor a eficácia e os limites de suas ferramentas não convencionais de política monetária, incluindo orientações futuras, disse Ueda.