Política

Presidente deixou governadores à mercê da desgraça, diz Witzel

16 jun 2021, 13:12 - atualizado em 16 jun 2021, 13:12
Witzel na CPI
Witzel aproveitou seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para afirmar que a investigação (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

O ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, afirmou nesta quarta-feira, em depoimento à CPI da Covid no Senado, que o presidente Jair Bolsonaro investiu em narrativa para fragilizar os governadores por adotarem medidas de distanciamento social e os deixou à mercê da desgraça que se avizinhava.

Witzel aproveitou seu depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para afirmar que a investigação contra ele foi direcionada e que foi vítima de um linchamento moral no processo que resultou em seu impeachment. O ex-governador compareceu à comissão mesmo tendo obtido um habeas corpus.

“O presidente deixou os governadores à mercê da desgraça que viria. O único responsável pelos 450 mil mortos que estão aí tem nome, endereço e tem que ser responsabilizado, aqui, no Tribunal Penal Internacional, pelos fatos que praticou”, disse Witzel à CPI.

O ex-governador relatou que não tinha diálogo com Bolsonaro, o que o Estado estava em uma situação “crítica”.

“O governo federal, para poder se livrar das consequências do que viria com a pandemia, criou uma narrativa. Foi uma narrativa pensada, estrategicamente pensada. Os governos estaduais ficariam em situação de fragilidade, porque não teriam condições de comprar os insumos, respiradores e, inclusive, atender os seus pacientes no Sistema Único de Saúde”, argumentou.

“Então, o que ficou claro é que a narrativa construída pelo governo federal foi para colocar os governadores numa situação de fragilidade, porque os governadores tomaram as medidas necessárias de isolamento social. E isso tem repercussões econômicas”, afirmou.

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