Presidente da Conab defende privatização de armazéns que “operam com dificuldades”
Em audiência na Comissão de Desenvolvimento Econômico nesta quarta-feira (26), representantes do governo explicaram porque a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) está desativando e privatizando 27 unidades de armazenamento, de um total de 92.
A empresa pública é vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Silvio Farnese, diretor do Departamento de Comercialização e Abastecimento da pasta, disse que a mudança na geografia da produção agrícola é responsável pela chamada “desmobilização” dos armazéns em algumas regiões.
“No cenário atual de alterações no quadro produtivo brasileiro, tem armazém da Conab que não tem mais a função que tinha no passado. A diretoria tá fazendo com que alguns deles sejam desativados para operação pela Conab. Naturalmente que o armazém não vai sair da região, porque são armazéns físicos, mas que alguém possa continuar tocando eles, fazendo com que eles prestem serviço de armazenagem”, explicou.
O deputado Tiago Dimas (Solidariedade-TO), que solicitou a audiência, pediu que a Conab leve em consideração nesse processo as diferentes situações regionais.
“Tem estados que possuem uma quantidade grande de armazéns, de pessoas que fornecem e fazem essa função em que a Conab também atua. Porém, em muitos municípios, muitas regiões e muitos estados a gente sabe que não existem outros que prestam esse mesmo serviço. E isso naturalmente nos causa uma preocupação”, alerta.
O presidente da Conab, Newton Araújo Silva Júnior, justificou que a empresa está saindo de regiões onde opera com dificuldades. Segundo ele, o objetivo é se dedicar mais a outras funções da companhia – entre elas, o levantamento dos números da safra de cada produto agrícola e as intervenções no mercado para garantir preços justos para os produtores e os consumidores.
A Conab está presente em todas as regiões brasileiras. De acordo com o site da empresa, “sua missão é promover a garantia de renda ao produtor rural, a segurança alimentar e nutricional e a regularidade do abastecimento, participando da formulação e execução das políticas públicas.”