Presidente da Argentina nomeia nova ministra da Economia após saída de Guzmán
O presidente argentino, Alberto Fernández, nomeou no domingo à noite Silvina Batakis como ministra da Economia para substituir Martín Guzmán, que deixou a pasta em meio a uma séria disputa política na coalizão governista.
A economista esteve à frente da pasta de Finanças da poderosa província de Buenos Aires entre 2011 e 2015, e atualmente atua como secretária de Províncias no Ministério do Interior do país.
O anúncio foi feito pela porta-voz presidencial Gabriela Cerruti no Twitter.
A luta pelo poder na coalizão governista entre Fernández e sua influente vice Cristina Kirchner – o que poderia exacerbar as dificuldades financeiras e acelerar a alta inflação – afeta o cenário, concordam analistas.
Uma fonte do governo disse à Reuters que nas últimas horas do dia os dois se conversaram por telefone de forma amigável, na qual apenas o nome para a pasta foi discutido.
“Estamos enfrentando uma crise política complexa, agravada pela luta pelo poder. Quem assumir o ministério terá uma tarefa complicada”, disse Rosendo Fraga, analista político.
A saída de Guzman no sábado pegou de surpresa o governo de centro-esquerda, que está enfrentando os mais baixos índices de aprovação após tomar posse no final de 2019.
“A avaliação positiva do desempenho do governo continua caindo (…) e as preocupações com a inflação continuam a atingir níveis recordes”, relatou a Synopsis Consultores.
A Argentina enfrenta uma inflação mínima projetada de 70% para 2022, déficits fiscais elevados, emissão monetária excessiva e um colapso do mercado, colocando a terceira maior economia da América Latina entre as piores das nações emergentes.
Uma fonte oficial disse à Reuters que a saída de Guzmán se deveu à falta de apoio político que ele sentiu para aprofundar uma série de medidas, em um momento em que o risco país alcançou um recorde histórico.
“O novo ministro precisa ter o apoio de Cristina (Kirchner), caso contrário, ele ou ela será um fracasso antes de tomar posse”, disse o analista político Lucas Romero.
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