Política

Presidenciáveis solidarizam-se nas redes sociais com Cristina Kirchner após atentado e Bolsonaro silencia

02 set 2022, 14:14 - atualizado em 02 set 2022, 14:14
Cristina Kirchner
O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente (Imagem: REUTERS/Agustin Marcarian)

Nove candidatos à Presidência da República na eleição de outubro foram às redes sociais entre a noite de quinta e esta sexta-feira para repudiar a tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner.

O líder nas pesquisas de intenção de voto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mostrou alívio com o fato de Cristina estar bem e pediu que o autor do atentado “sofra todas consequências legais”.

“Toda a minha solidariedade à companheira @CFKArgentina, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa”, escreveu Lula no Twitter.

“Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas.”

O presidente Jair Bolsonaro (PL), que tenta a reeleição, sempre atuante nas redes sociais, preferiu o silêncio até o início da tarde e também não tinha se pronunciado de maneira oficial.

Procurados pela Reuters, tanto o Palácio do Planalto como o Ministério das Relações Exteriores não responderam de imediato a pedido de comentário.

Terceiro colocado nas pesquisas, o candidato do PDT, Ciro Gomes, usou a mesma rede social para solidarizar-se com Cristina, a quem chamou de “mulher guerreira”, e para alertar contra a polarização política no Brasil.

“O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará”, afirmou.

“Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio. Paz!”

Simone Tebet, candidata do MDB ao Planalto que aparece em quarto nas pesquisas, também fez um paralelo entre o atentado na Argentina e a crescente tensão política no Brasil.

“Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições”, disse.

Outros candidatos, que raramente pontuam ou que não passam de 1% nas pesquisas, também se manifestaram.

Na parcela mais à direita do espectro político, Felipe D’Ávila (Novo) disse que o atentado é “absolutamente inaceitável”, Soraya Thronicke (União Brasil) afirmou lamentar o atentado e acrescentou que “não podemos subestimar do que o ódio é capaz”. José Maria Eymael (DC) também foi ao Twitter para manifestar solidariedade à Cristina e classificar o ataque como “violência contra a democracia”.

Outros postulantes de esquerda ao Planalto também se posicionaram. Vera Lúcia (PSTU) disse repudiar a tentativa de assassinato da ex-presidente argentina, Sofia Manzano (PCB) avaliou que o atentado “revela a ameaça do fascismo na América Latina” e Léo Péricles (UP) manifestou “toda solidariedade” à vice-presidente do país vizinho.

Presidentes de países latino-americanos também repudiaram a tentativa de assassinato, quando um brasileiro que mora na Argentina apontou uma arma a centímetros do rosto de Cristina, mas, apesar do agressor puxar o gatilho, a pistola, que estava carregada, não disparou.

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