Presença de grandes empresas de tecnologia em finanças precisa de nova regulação, diz BIS
É necessário repensar como regular diretamente as atividades das grandes empresas de tecnologia em serviços financeiros, devido ao seu tamanho e influência, disse nesta quarta-feira um representante do Banco de Compensações Internacionais (BIS).
Empresas de tecnologia que administram grandes volumes de dados, como Alibaba e Amazon, estão envolvidas há algum tempo em serviços financeiros, como pagamentos, gerenciamento de ativos e seguros, algumas também fornecendo serviços de computação em nuvem para execução de serviços essenciais aos bancos.
O tamanho e alcance dessas empresas permite que elas possam aumentar rapidamente sua participação no mercado financeiro, disse o gerente geral do BIS, Agustin Carstens. Isso cria o risco dessas empresas se tornarem “grandes demais para quebrar” – um problema que os reguladores dos mercados financeiros esperavam ter resolvido com os bancos após resgates de bilhões de dólares concedidos durante a crise financeira internacional ocorrida há mais de uma década.
“Sem dúvida, uma revisão regulatória é necessária e precisamos de um novo caminho a seguir”, disse Carstens, acrescentando que é necessária uma nova estrutura “holística”, que inclua a exigência de isolamento de outras operações dos serviços financeiros fornecidos por essas empresas.
As grandes empresas de tecnologia com atividades financeiras significativas também podem estar sujeitas a requisitos de governança, conduta de negócios e resiliência operacional, disse Carstens.
As regras de resiliência operacional já estão surgindo na União Europeia, Reino Unido e em outros lugares, dando aos reguladores financeiros capacidade de supervisão sobre o uso por bancos e seguradoras de empresas externas de computação em nuvem como Amazon, IBM e Microsoft.
Os benefícios potenciais da entrada das grandes empresas de tecnologia no setor financeiro incluem melhores resultados para os clientes, maiores eficiências do mercado financeiro e inclusão financeira, disse Carstens. “É hora de passar da teoria à prática e considerar opções tangíveis para ações regulatórias.”