Prepare-se: ação da Lojas Americanas pode despencar na segunda, mas isso é esperado; entenda
Essa sexta-feira (16) é o último dia em que a ação da Lojas Americanas (LAME3;LAME4) irá negociar na Bolsa com a sua participação de 62,5% na B2W Digital (BTOW3).
A partir da próxima segunda-feira, uma nova ação, a Americanas S.A (AMER3), estará disponível para o investidor.
As ações de Lojas Americanas permanecerão listadas na Bolsa, mas passarão a representar uma participação de 38,9% na nova companhia.
Dessa forma, é possível que os papéis caiam para refletir o novo valor de mercado da varejista, em um movimento semelhante ao que ocorreu com o processo de cisão do Assaí (ASAI3) do Pão de Açúcar (PCAR3).
O investidor que possuir ações da Lojas Americanas receberá oito ações de AMER3 para cada 100 ações de LAME3 ou LAME4 que possuir. Ou seja, caso possua 1000 ações de LAME4, receberá 180 ações de AMER3, aos preços de mercado.
Qual será o novo preço?
De acordo com os cálculos da XP, no caso das ações de Americanas S.A (AMER3), este preço dependerá da reavaliação de múltiplo (EV/GMV) que o mercado irá atribuir à nova companhia.
Já para as ações de Lojas Americanas, além da reavaliação de múltiplo, os preços dependerão dos descontos entre LAME3 e LAME4 e da holding que o mercado irá incorporar nas ações.
“Em nossa visão, consideramos o atual desconto de holding de 20% como justo, enquanto não vemos mais motivos para a diferença entre as cotações de LAME4 e LAME3 existir com a efetivação da fusão dado que ambas as classes de ações receberão a mesma quantidade de ações da AMER3”, apontam os analistas Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday.
Segundo o trio, assumindo que a nova empresa passe a negociar a 1,0x EV/GMV 2021e (vs. 0,8x hoje), o preço seria de R$ 66,5 por ação. Já o papel ordinário e preferencial da Lojas Americanas cairia de R$ 20 para R$ 10.
Na sessão de hoje, as ações da B2W sobem 4,89%, a R$ 68,48 refletindo a fusão entre as duas companhias.
A Americanas S.A nasce como uma varejista com R$ 40 bilhões em GMV (valor bruto de mercadoria), um time de mais de 34 mil associados, uma base de 48 milhões de clientes ativos e mais de 1.700 lojas de diferentes formatos em 765 cidades.
Segundo a Guide Investimentos, a incorporação não só vai criar ganhos operacionais, como também aproximará a Americanas do grande diferencial do Magazine Luiza (MGLU3): a multicanalidade.
“A reestruturação do grupo é aguardada há algum tempo em função dos ganhos operacionais, principalmente em termos de unificação da estratégia e da tomada de decisão, e além dos ganhos com a multicanalidade, grande diferencial da concorrente Magazine Luiza”, afirmou o analista Luis Sales.