Prepare-se: última semana de abril precede mais uma ‘Super Quarta’
A última semana de abril será mais lembrada pelo que vem depois. Isso porque o mês chega ao fim com outro feriado, já no início de maio, quando se celebra o Dia do Trabalhador na segunda-feira da semana seguinte (1º).
Neste dia, não haverá pregão nem na B3, nas bolsas europeias nem na China. Ou seja, Nova York terá um pregão solo já na largada do novo mês. Essa pausa precede mais uma “Super Quarta” deste ano.
É como ficou conhecido o dia em que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve e o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciam suas respectivas decisões de juros em um intervalo de poucas horas. Aliás, será apenas a terceira Super Quarta de 2023, de um total de seis até dezembro.
Mas diferentemente de fevereiro e março, quando os anúncios eram amplamente esperados, o encontro do Fed e do Copom em maio deve ser crucial para calibrar os próximos passos a partir do segundo semestre. E e isso não vale apenas para as próximas Super Quartas em setembro, outubro e dezembro. Ou seja, de antemão, deduz-se que não haverá um “Fompom” em junho.
Fed pausa e Copom corta
Ainda assim, a próxima reunião tende a definir o rumo da política monetária nos Estados Unidos e no Brasil até o fim do ano. De um lado, cresce a expectativa de que o processo de desinflação nas economias desenvolvidas irá demandar juros mais altos por mais tempo. Isso significa que até cabe uma nova alta de 0,25 ponto, mas deve ser a última.
De outro, o texto do novo arcabouço fiscal entregue pelo governo ao Congresso joga uma “batata quente” no colo do BC. Afinal, por mais que a proposta não agrade por sinalizar um aumento de gastos, sem a contraparte das receitas, saiu de cena um dos principais fatores locais de incerteza: o risco fiscal. Entra, então, a chance de cortes na taxa Selic o quanto antes.
Porém, o que não está claro, nem ‘precificado’ nos mercados, é o tamanho, a magnitude e a velocidade da desaceleração do crescimento econômico global. Afinal, uma recessão nos EUA ainda é provável e, quando vier, mesmo que seja leve e historicamente curta, nada disso está embutido no preço dos ativos de risco.
Os primeiros sinais devem aparecer já na temporada de resultados nos EUA em curso. A expectativa é de que a perda de tração da maior economia do mundo começará quando a falta de dinheiro nas empresas por causa dos juros altos para combater a inflação levar a uma onda de demissões em massa em todos os setores.
Sell in May…
Vale lembrar que tudo isso irá ocorrer quando os mercados irão colocar à prova um dos mais tradicionais provérbios de Wall Street, que diz, ao pé da letra, para “vender em maio e ir embora”, curtir as férias de verão no hemisfério norte. A ver, então, se a premissa do Sell in May and go away tem chance de se tornar realidade no próximo mês.