Prepare a pipoca: a Netflix não irá acabar com os cinemas
A ideia de que o público passa mais tempo em casa e gasta menos tempo na frente dos telões é mito. Os serviços de streaming, de fato, têm alterado a forma como os consumidores assistem à TV. No entanto, a Netflix não irá acabar com os cinemas. E os números comprovam isso!
Em 2018, as bilheterias dos Estados Unidos registraram recorde, arrecadando US$ 11,9 bilhões. Houve crescimento de 5% na quantidade de ingressos vendidos. Mais de 263 milhões – o que representa 75% da população americana – viram pelo menos um filme nos cinemas.
No ritmo atual, a expectativa é de avanço de 1% em 2019, para US$ 12 bilhões, segundo estimativa de Michael Pachter, analista da Wedbush, consultado pela rede americana CNBC. “Nossa conclusão é de que a Netflix e a expansão das plataformas terão impacto mínimo nas bilheterias, dada a vasta oferta de conteúdo”, afirmou o especialista no setor.
“Todo mundo tem uma cozinha, mas todo mundo ainda sai para comer fora”, ironizou Charles Rivkin, CEO da Motion Picture Association of America, também em entrevista para a CNBC. Rivkin assumiu o comando da MPAA (Motion Picture Association of America) em 2017 e abraçou a Netflix. A plataforma de streaming foi a primeira do tipo a se juntar à MPAA e agora está ao lado da Disney, da Paramount, da Sony, da Fox, da Universal e da Warner Bros.
A cada inovação na indústria do entretenimento, surgem preocupações de que as novidades acabem com o setor cinematográfico. No entanto, distribuidores de filmes e donos de cinemas anunciaram na semana passada – durante a realização da CinemaCon em Las Vegas (EUA) – que há pouco a temer com a crescente quantidade de serviços de streaming, que em breve incluirá Disney +, além de plataformas da Comcast, Warner Bros e Apple.
Estudo da Ernst & Young (EY), citado pela CNBC, também enfatiza que as pessoas que vão ver filmes nos cinemas com mais frequência são também as que consomem mais conteúdo de streaming.