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Preocupação com Totvs por causa da Americanas (AMER3) é injustificada, diz Credit Suisse

17 jan 2023, 11:58 - atualizado em 17 jan 2023, 11:58
Americanas
A Americanas anunciou na semana passada inconsistências contábeis da ordem 20 bilhões de reais relacionados a operações de crédito a fornecedor (Imagem: Rafael Borges/ Money Times)

Analistas do Credit Suisse não veem riscos para a Totvs decorrentes do escândalo contábil envolvendo a Americanas (AMER3), principalmente relacionados ao mercado de ‘forfait’ (risco sacado) após o episódio da varejista.

“A nosso ver, qualquer preocupação é injustificada do ponto de vista da Totvs”, afirmam Daniel Federle e Victor Ricciuti, conforme relatório enviado a clientes nesta terça-feira.

Eles ressaltam que a Totvs atualmente não oferece soluções de risco sacado para seus clientes. Além disso, avaliam que perspectivas para as operações de financiamento com desconto de recebíveis não tenham sido afetadas de forma relevante pelo evento.

Por volta de 11:35, as ações do grupo de tecnologia avançavam 4,78%, a 28,96 reais, entre os melhores desempenhos do Ibovespa, que subia 1,36%. Os papéis da Totvs buscavam encerrar uma série de três quedas, em que perderam mais de 5%.

A Americanas anunciou na semana passada inconsistências contábeis da ordem 20 bilhões de reais relacionados a operações de crédito a fornecedor, pedindo na sequência proteção contra credores, citando dívidas da ordem de 40 bilhões de reais.

De acordo com os analistas do banco suíço, o atual produto de fintech da Totvs é baseado em uma solução de cartões de crédito ‘white label’, que são emitidos para os clientes dos seus clientes.

A Totvs, acrescentam, assume o risco de crédito da operação – ou repassa para um FIDC – e recebe uma remuneração por isso de seus clientes – os vendedores – com base no valor e na duração de cada operação.

O ‘forfait’, explicam, é uma das diversas modalidades de operações de financiamento baseadas na antecipação de recebíveis. Quando um fornecedor vende mercadorias para um cliente, ele emite uma fatura a ser paga em alguns dias.

É possível que esse fornecedor vá até uma instituição financeira e antecipe tal arrecadação. A instituição financeira cobrará uma taxa por isso por meio de um desconto no valor de face da fatura – com base no risco de crédito e na duração.

Quando o fornecedor estiver antecipando recebíveis relacionados a uma única grande corporação, acrescentam, a operação provavelmente será realizada como ‘forfait’ com o risco associado à pontuação de crédito do comprador – risco sacado.

Quando o fornecedor estiver antecipando recebíveis de compradores menores, complementam os analistas, provavelmente será realizada como uma operação de ‘factoring’ com o risco associado à pontuação do fornecedor (risco cedente).

A equipe do Credit Suisse também destacou que a Totvs está trabalhando em novos produtos de fintech que contemplam diversos tipos de operações de financiamento envolvendo a antecipação de recebíveis – inclusive ‘forfait’.

Os novos produtos, segundo os analistas, devem ser desenvolvidos dentro da joint venture com o Itaú Unibanco.

Eles afirmaram que suas estimativas para a divisão de fintech consideram apenas os produtos existentes e que o lançamento de novos produtos de crédito – como soluções de ‘forfait’ – implica um ‘upside’ significativo para as projeções.

O Credit Suisse tem recomendação ‘outperform’ para as ações da Totvs, com preço-alvo de 34 reais.

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