Internacional

Premiê peruano diz que pode estender toque de recolher para além da capital

05 abr 2022, 15:55 - atualizado em 05 abr 2022, 15:55
Toque de recolher
O presidente peruano Pedro Castillo havia imposto toque de recolher na capital Lima, forçando moradores a ficarem em casa entre 2h da manhã e 11h59 da noite (Imagem: John Minchillo/Pool via REUTERS)

O primeiro-ministro do Peru, Aníbal Torres, afirmou nesta terça-feira que um toque de recolher obrigatório em Lima com o objetivo de conter protestos violentos por conta do aumento nos preços de combustíveis e fertilizantes também poderá ser estendido para o interior do país caso os distúrbios não se encerrem.

“Estamos considerando”, afirmou Torres em uma entrevista com o canal estatal TV Peru. “Se essa situação persistir (o lockdown) pode ser estendido para o resto do país, mas acredito que as pessoas irão entender e não vão mais aceitar esses atos vandalistas”.

Minutos antes da meia-noite de segunda-feira, o presidente peruano, Pedro Castillo, anunciou um lockdown surpresa para o próximo dia em Lima, forçando moradores a ficarem em casa entre 2h da manhã e 11h59 da noite. Lima tem cerca de um terço da população peruana de 30 milhões de pessoas.

Os protestos pelo Peru continuam pela segunda semana contra as altas nos preços de combustíveis e fertilizantes, um resultado da invasão russa da Ucrânia. Pelo menos quatro pessoas morreram em violentos confrontos com a polícia, afirmou o governo.

A crise acontece em um momento especialmente vulnerável para o governo de Castillo, que chegou ao poder no ano passado com apoio majoritário da população rural do Peru, o mesmo grupo que hoje protagoniza os principais protestos de sua administração.

A popularidade de Castillo caiu rapidamente, e hoje está por volta de 25%. Ele já sobreviveu a duas tentativas de impeachment e fez um número de trocas sem precedentes nos membros de seu governo, que está apenas no oitavo mês.