Prefeito de Miami quer atrair mineradores chineses de bitcoin para sua cidade
Mineradores chineses totalizam 65% da taxa de hashes da rede Bitcoin (BTC), ou seja, do poder computacional sendo aplicado à rede.
Porém, já que o governo chinês está reprimindo as atividades locais, fazendas de mineração estão estudando a possibilidade de migrar para o exterior, noticia o Decrypt.
“Venham para Miami”, disse Francis Suarez, o prefeito de Miami, convidando mineradores chineses à “Cidade Mágica”, em entrevista ao CNBC publicada nessa quinta-feira (17).
Suarez propôs um fornecimento quase ilimitado de energia nuclear barata aos mineradores chineses que, durante as épocas chuvosas, precisam ficar migrando de uma região à outra a fim de obter energia barata para suas operações.
“O fato de que temos energia nuclear significa que é uma energia muito barata”, disse Suarez ao CNBC. “Entendemos quão importante isso é […] para mineradores que querem obter um certo preço de kilowatt por hora [kWh]. Então estamos trabalhando com eles nisso.”
Em Miami, a eletricidade por kWh custa US$ 0,107, mais baixo do que a média nacional de US$ 0,133. O governo americano acredita que a energia nuclear seja a fonte energética mais confiável, bem como a mais ecológica.
A repressão chinesa poderá tornar
a mineração de bitcoin mais sustentável?
Suarez considera Miami como “a Cidade do Bitcoin”, mas ainda não convenceu mineradores da criptomoeda.
Max Hu, da empresa chinesa de mineração de bitcoin Power360, contou ao Decrypt que o preço pelo consumo elétrico de Miami é “pouco competitivo”.
No Cazaquistão, o kWh custa cerca de US$ 0,03. Manter ligados os ventiladores que evitam o superaquecimento das máquinas no clima quente de Miami resultaria em despesas extras.
Ben Gagnon, diretor de mineração na canadense Bitfarms, Miami possui poucas bases militares abandonadas que poderiam ser transformadas em fazendas de mineração. Começar do zero seria caro e levaria tempo.
Porém, Wayne Lin, fundador da chinesa Axia8 Ventures, acredita que esses desafios não vão deixar Miami fora do jogo. Segundo ele, a maior questão é a estabilidade financeira: “eu não gastaria milhões de dólares criando minha instalação se as políticas mudarem rapidamente”.