Amazonas

Prefeito de Manaus teme genocídio de índios devido à Covid-19 e cobra liderança de Bolsonaro

20 maio 2020, 9:41 - atualizado em 20 maio 2020, 10:00
Vanderlecia Ortega dos Santos índia índio indígena Coronavírus
O Amazonas é um dos Estados mais afetados pela pandemia no Brasil (Imagem: Reuters/Bruno Kelly)

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), afirmou em vídeo divulgado por sua assessoria na terça-feira que teme um genocídio de indígenas por causa da pandemia de Covid-19, doença respiratória provocada pelo novo coronavírus, e afirmou que um crime contra a humanidade está acontecendo em sua região.

No vídeo, Virgílio cobra uma liderança do governo federal e do presidente Jair Bolsonaro na proteção aos indígenas diante do coronavírus e criticou o presidente por defender medidas como a legalização de garimpos em terras indígenas.

“Eu temo um genocídio e quero denunciar essa coisa ao mundo inteiro. Nós temos aqui um governo que não liga para a vida dos índios. Temos aqui um governo que não dá bola, que não liga, que não está preocupado com a vida dos índios. Nós temos aqui um governo que não valoriza essa cultura, que pensa em outras coisas, pensa no autoritarismo, pensa em outras coisas, mas não pensa nos índios”, afirmou.

“É um crime contra a humanidade isso que está sendo praticado aqui no meu Estado, aqui na minha região”, acrescentou o prefeito, que disse que já houve casos de índios que morreram por Covid-19 em Manaus e que no interior do Estado do Amazonas, que ele disse estar “largado”, a situação é ainda pior.

O Amazonas é um dos Estados mais afetados pela pandemia no Brasil e tem, segundo dados do Ministério da Saúde, 22.132 casos confirmados de Covid-19 com 1.491 mortes. Nacionalmente, existem 271.628 casos confirmados da doença, com 17.971 mortes. Somente entre a segunda e a terça-feiras 1.179 óbitos causados pelo coronavírus foram registrados no país.

Segundo dados atualizados pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) na sexta-feira, o Covid-19 já matou 103 índios no país e contaminou 610 indígenas de 44 etnias.

Procurados, o Palácio do Planalto e o governo do Estado do Amazonas não responderam imediatamente a pedidos de comentários.