Preços vantajosos de açúcar e etanol ajudam Raízen a driblar efeitos da seca
Se por um lado o tempo seco corroeu a produtividade da Raízen (RAIZ4) no campo, que atua no setor de açúcar & etanol, por outro, os preços elevados de seus produtos durante o 1° trimestre da safra 2021/22 (correspondente ao intervalo entre abril a junho) deram uma baita força aos resultados da companhia.
A Raízen, joint venture compartilhada entre Cosan (CSAN3) e Shell, apresentou crescimento na rentabilidade de suas principais linhas de atuação, marcando pontos com analistas da XP Investimentos.
Um exemplo prático, presente no balanço divulgado pela líder mundial em biocombustíveis: o volume de etanol vendido reduziu 20% na safra para 761 mil m³, explicado pela menor atividade de revenda & trading no período, atenuado pelo maior volume de vendas de etanol próprio.
“Em contrapartida, o preço médio de etanol avançou 54%, atingindo R$ 3.214/m³”, destacam os analistas Camilla Dolle e Francisco Lobo, autores do relatório obtido pelo Agro Times.
No primeiro trimestre fiscal da safra 2021/22, a Raízen somou lucro líquido de R$ 809,5 milhões, revertendo prejuízo de R$ 412,4 milhões no mesmo período do ano anterior.
Também o volume vendido de açúcar mais que dobrou na janela, de 738 mil toneladas para 1.641 mil toneladas. O preço médio de açúcar atingiu R$ 1.822 por tonelada no trimestre, crescimento anual de 24%, destaca a corretora.
A geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado da Raízen somou R$ 1,766 bilhão entre abril a junho, ante apenas R$ 143,6 milhões na mesma etapa do ciclo anterior, quando a pandemia de Covid-19 havia afetado fortemente os negócios.
Vale citar que o forte desempenho da Raízen, juntamente com demais controladas, como: Compass (PASS3), Moove e Rumo (RAIL3), alavancaram exponencialmente o resultado do Grupo Cosan, cujo lucro disparou mais de 3.000% no segundo trimestre deste ano.