Petróleo cai por temor de que cortes de produção não compensem demanda fraca
Os preços do petróleo tiveram fortes quedas nesta terça-feira, com o valor de referência nos Estados Unidos voltando a recuar rumo aos 20 dólares por barril, à medida que investidores apostam que a destruição de demanda causada pela pandemia de coronavírus é grande demais para que cortes recordes de produção consigam compensá-la.
Grandes países produtores de petróleo de todo o mundo devem reduzir o bombeamento em até 19,5 milhões de barris por dia (bpd), mas os cortes estão sendo implementados gradualmente, e em alguns casos levarão semanas para ter início.
Em contraste, a demanda global despencou cerca de 30% nas últimas semanas, levando refinarias e produtores a ficarem “presos” com a commodity em meio a um rápido aumento dos estoques.
O petróleo dos EUA fechou a 20,11 dólares por barril, queda de 2,30 dólares ou 10,3%, depois de um executivo de alto escalão do órgão regulador do Texas afirmar que as capacidades de armazenamento vão se esgotar em meados de maio.
O WTI não está distante do patamar em que era negociado antes de os mercados ativarem um rali por expectativas quanto à assinatura do acordo da Opep+.
Já os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 2,14 dólares, ou 6,7%, para 29,60 dólares o barril.
Ambos os valores de referência cederam mais de 50% neste ano.
“Com as previsões de destruição da demanda indo de 15 milhões a 22 milhões de bpd em abril de 2020, e essas medidas (cortes de produção) nem sequer entrando em vigor até maio, nós provavelmente veremos um excesso de oferta substancial no curto prazo”, disse Nitesh Shah, diretor de pesquisas da WisdomTree Investments.