Petróleo

Preços do petróleo caem 9% com temores de impacto da recessão sobre a demanda

05 jul 2022, 17:38 - atualizado em 05 jul 2022, 17:38
Petróleo
O Brent fechou em 102,77 dólares por barril, recuo de 10,73 dólares, ou 9,5% (Imagem: REUTERS/Sergei Karpukhin)

O petróleo despencou cerca de 9% nesta terça-feira, na maior queda diária desde março, devido a crescentes temores de uma recessão global e bloqueios na China que podem reduzir a demanda.

O Brent fechou em 102,77 dólares por barril, recuo de 10,73 dólares, ou 9,5%. O petróleo bruto dos EUA (WTI) terminou em baixa de 8,2%, ou 8,93 dólares, a 99,50 dólares por barril. Não houve negociação do WTI na segunda-feira em função de um feriado nos Estados Unidos.

Ambos os benchmarks registraram seu maior declínio percentual diário desde 9 de março e atingiram os preços das ações das principais empresas de petróleo e gás.

“O mercado está ficando apertado, mas ainda estamos sendo derrotados, e a única maneira de explicar isso é o medo da recessão em todos os ativos de risco”, disse Robert Yawger, diretor de futuros de energia da Mizuho, Nova York. “Estamos sentindo a pressão.”

Os futuros do combustível fóssil afundaram junto com outros mercados, como o gás natural e gasolina, que muitas vezes servem como indicador de demanda por petróleo.

Enquanto isso, testes em massa para Covid-19 na China alimentaram temores de possíveis bloqueios que ameaçam aprofundar os cortes no consumo de petróleo.

Xangai disse que iniciará novas rodadas de testes em massa de seus 25 milhões de habitantes em um período de três dias, citando um esforço para rastrear infecções ligadas a um surto em um bar.

Enquanto isso, a demanda por títulos do Tesouro dos EUA impulsionou o dólar em cerca de 1,3%, o que, por sua vez, pesou no petróleo cotado na moeda norte-americana, à medida que se torna mais caro para os compradores que detêm outras moedas.

Na zona do euro, dados mostraram que o crescimento dos negócios em todo o bloco desacelerou ainda mais no mês passado, com indicadores prospectivos sugerindo que a região pode entrar em declínio neste trimestre, já que a crise do custo de vida mantém os consumidores cautelosos.

Na Coreia do Sul, a inflação atingiu em junho uma máxima de quase 24 anos, aumentando os temores com a desaceleração do crescimento econômico e a demanda por petróleo.

As preocupações com a oferta persistiram e elevaram os preços do WTI e do Brent no início da sessão, em meio a possíveis interrupções na produção da Noruega, onde os trabalhadores da indústria offshore iniciaram uma greve.

No final da sessão, o governo norueguês interveio para interromper a greve que havia cortado a produção de petróleo e gás, disse um líder sindical à Reuters.

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