Preços do ouro ficam abaixo de US$ 1.500 antes da reunião do BCE
Os preços do ouro ficaram em torno de US$ 1.500 a onça troy no início das negociações em Nova York nesta quarta-feira, com notícias decepcionantes na frente comercial e uma recuperação no rendimento global de títulos que mantiveram os compradores de lado.
Às 15h30 (horário de Brasília), os ouro futuros para entrega na bolsa Comex estavam em US$ 1.503,95 a onça troy, alta de 0,32% no dia, enquanto os preços de ouro spot subiam 0,72% cotado a US$ 1.496,08.
O futuros da prata estava estável em US$ 18,20 a onça, enquanto o futuros da platina foi o metal de porto seguro com melhor desempenho, ganhando 0,72%, ficando em US$ 943,30 a onça.
Na ausência de notícias dramáticas no cenário macro, os compradores se contentavam em ficar à disposição antes da reunião de políticas do Banco Central Europeu na quinta-feira.
Espera-se amplamente que o BCE volte à tendência global de flexibilização da política monetária, embora os comerciantes tenham diminuído suas apostas nos últimos dias, depois que vários altos funcionários do BCE manifestaram preocupação em retomar as compras de títulos em larga escala, enquanto outros se preocuparam com o fato de que um movimento agressivo agora deixaria a nova presidente Christine Lagarde de mãos atadas.
Lagarde deve suceder Mario Draghi como presidente em novembro.
Nesse contexto, os rendimentos dos títulos do governo alemão em 10 anos se recuperaram para -0,55%, ante uma baixa recorde de -0,74% no mês passado, enquanto a nota do Tesouro dos Estados Unidos em 10 anos atingiu uma alta de quatro semanas de 1,75% na quarta-feira. Os rendimentos do tesouro do Reino Unido também aumentaram à medida que o risco de um Brexit desordenado no final de outubro diminuiu, enquanto a confirmação de um novo governo italiano também antecipou outro grande risco político que pesou na mente dos investidores durante o verão.
Todos esses desenvolvimentos tendem a prejudicar o ouro, que não oferece retorno nominal.
A reunião do BCE será um aquecimento para a reunião de política do Federal Reserve na próxima semana, onde os investidores esperam outro corte de 25 pontos-base na faixa alvo para os fundos do Fed. A nova pressão do presidente Donald Trump, que twittou no início da quarta-feira que os “estúpidos” no Fed deveriam cortar para “ZERO, ou abaixo”, teve pouco impacto nos preços.
Na semana passada, foi a vez da China e da Rússia facilitarem a política monetária, esta última reduzindo sua taxa básica para 7,00%, em cinco anos, e as antigas reservas de corte para bancos.
Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg Bank em Berlim, disse em nota recente que espera que o BCE reduza sua taxa de depósitos em 20 pontos-base para -0,6%, para retomar as compras de títulos a um nível de 30 bilhões de euros (US$ 34 bilhões) por mês durante um ano e descartar qualquer aumento nas taxas de juros até pelo menos a segunda metade do próximo ano. Ele também espera medidas para aliviar a dor das taxas de juros negativas para o setor bancário, que está lutando para obter lucros e fortalecer seu balanço coletivo em um ambiente de taxas de juros negativas.