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Preços do açúcar vão sair de US$ 0,18? Índia e fim precoce de safra no Brasil trazem incertezas

23 ago 2024, 12:43 - atualizado em 23 ago 2024, 12:53
açúcar
Tamanho da safra indiana, assim como dúvidas sobre as exportações de açúcar do país, geram dúvidas quanto aos preços

Após recordes históricos no ano passado, motivados pelos impactos negativos do El Niño nas safras asiáticas e pela ausência da Índia das exportações, em um ano, os preços futuros do açúcar (NY) recuaram expressivos 36,67%, saindo de US$ 0,2814 para patamares de US$ 0,1782, segundo o fechamento do contrato outubro desta quinta-feira (22). Nesta manhã, por volta de 11h55, o contrato avançava 2,58%, em 0,1831.

No mercado internacional, há muita nebulosidade sobre o que esperar para os valores, com o cenário macroeconômica nas últimas semanas influenciando os preços das commodities. No geral, há um sentimento baixista para o açúcar.

“Na Índia e Tailândia, dois dos principais produtores do mundo, há um cenário de chuvas boas para as lavouras, o que deve ajudar as safras, ainda que há uma incerteza para Índia. Pelo menor área frente ao ano passado, não ajudando tanto quanto o mercado espera, mas sustentando, sim, a produção indiano. Fora isso, precisamos entender se o governo do país vai decidir exportar ou não, já que eles também precisam decidir se vão desviar mais açúcar para produzir etanol”, diz Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX.

Segundo ele, os especuladores estão muito confortáveis nessa posição vendida, apostando nessa baixa do açúcar e sustentando essas quedas. Vale lembrar que no ano passado, a Índia restringiu suas exportações em busca de melhores preços internos.

“É possível que esse contrato de outubro passe, pelo menos no curto prazo, com essa sustentação dos especuladores em posição vendida. Porém, é importante a gente mencionar que esse preço abaixo de 18 centavos ele atrai importação por alguns players, como a China”, completa.

Produção de açúcar da Índia gera dúvidas

Os patamares atuais podem resultar na volta de compradores, com os especuladores esperando para comprar, já que muitos deles veem os fundamentos vindo do Brasil não sustentando preços em US$ 0,18.

“Os especuladores realmente estão conseguindo levar esse preço para baixo de 18 centavos, sem tanto ímpeto altista no momento. Eu acho que o mercado está esperando coisas mais concretas, e a Índia é uma incógnita. Nós da StoneX projetamos 28,8 milhões de toneladas, mas há estimativas que apontam 32 – 32,5 milhões de toneladas, e esse range mais elevado, comparado ao nosso, determina se a Índia exportará ou não”, completa.

Fora essas questões, há incertezas sobre o TCH e o clima no Brasil, assim como para o mix açucareiro no atual ciclo, que também influencia os preços.

“Eu acho que essa safra Brasil está praticamente precificada, o que não está precificado nela é a duração, e as possibilidades de crescimento dos incêndios daqui para frente, uma vez que o clima segue quente e seco. O tanto que ela vai durar, vai ter implicações mais pra frente, para o tamanho da safra atual, com o mercado esperando um pouco para começar a precificar a próxima safra”, diz.

Ainda segundo ele, há muita água para rolar na precificação do Centro-Sul daqui para frente, principalmente na virada de setembro para outubro.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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