Tempo Real: Ibovespa se preparar para corte de gastos
Os preços dos óleos vegetais no mundo estão próximos de atingir um pico, mas poderão demorar para retornar a níveis anteriores, devido aos estoques baixos, à lenta recuperação na produção e ao aumento no uso para a fabricação de biocombustíveis, disseram analistas nesta quarta-feira.
Importantes valores de referência para os óleos vegetais, como os dos óleos de palma e soja, provavelmente já alcançaram um pico em 2021, registrando os maiores níveis em vários anos, impulsionados por uma soma de fatores como os gargalos de produção, a recuperação no consumo de alimentos e o aumento nas perspectivas de demanda por biocombustíveis, disseram importantes analistas do setor durante a conferência virtual Palm and Lauric Oils Price Outlook.
No entanto, a recuperação limitada na produção de óleo de palma, devido à persistente escassez de mão de obra na Malásia, e a desaceleração na produção de óleo de soja na China evitarão quedas muito acentuadas nos preços.
Em meados de março, a referência para os contratos futuros do óleo de palma na Malásia atingiu 4.000 ringgits (968,76 dólares) por tonelada pela primeira vez desde 2008.
Até o momento, O “benchmark” tem operado em uma média de 3.638 ringgits (883,01 dólares) por tonelada neste ano, ante média de 2.700 ringgits por tonelada no ano passado.
“Nós estamos em uma bolha, e a bolha vai estourar, mas não espero que os preços colapsem”, disse James Fry, chairman da consultoria de commodities LMC International.
Fry espera que os futuros do óleo de palma malaio recuem para 3.000 ringgits (799,22 dólares) até o final de 2021.
Já Dorab Mistry, diretor da companhia indiana de bens de consumo Godrej International, acredita que os preços vão se manter em 3.300 ringgits até o final de junho, antes de atingirem uma mínima de 2.700 ringgits (653,91 dólares) por volta de setembro.
“Para 2021, minha estimativa de produção foi reduzida de 20 milhões de toneladas para 19,6 milhões de toneladas na Malásia, e de 49 milhões para 48 milhões de toneladas na Indonésia”, disse Mistry.
Ele acrescentou que a oferta global de óleo de palma deve aumentar em 3 milhões de toneladas em 2021, após sofrer uma queda de 2,5 milhões de toneladas no ano passado.
A recuperação modesta na oferta do produto no mundo irá limitar o declínio dos preços, complementou Thomas Mielke, head da consultoria Oil World, sediada em Hamburgo.