Preços de farelo de soja na China atingem níveis recordes com oferta apertada de grãos

Os preços do farelo de soja na China, maior consumidor mundial do ingrediente de ração animal, estão em níveis recordes, já que a crescente demanda dos agricultores segue meses de importações fracas de soja.

O aumento nos preços spot para uma média de 5.352 iuanes (747,94 dólares) por tonelada na sexta-feira pode conter o entusiasmo pela expansão dos rebanhos de suínos, apoiando os preços dos suínos que já subiram cerca de 40% neste verão.

Os esmagadores de soja da China, que transformam a oleaginosa em farelo rico em proteínas para alimentar animais e em óleo para cozinhar, reduziram as compras de soja nos últimos meses devido aos elevados preços globais e à baixa demanda da indústria pecuária.

As importações de soja em agosto caíram 25% em relação ao ano anterior, e as chegadas nos primeiros oito meses de 2022 caíram 8,6%.

Algumas fábricas, especialmente no nordeste da China, interromperam as operações devido à escassez de grãos, disse um trader de soja de Pequim.

Mas com os preços de suínos subindo rapidamente e aumentando a demanda por ração, a oferta de farelo de soja diminuiu, especialmente antes do feriado de uma semana do Dia Nacional que começa em 1º de outubro, quando as fábricas de ração normalmente compram estoques extras.

“O mercado está ficando sem farelo de soja”, disse Yuan Song, analista-chefe da trading Juxing Agriculture Group.

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Os estoques de farelo de soja caíram por 10 semanas consecutivas para 493.000 toneladas na semana encerrada em 17 de setembro, bem abaixo da média de cinco anos de 845.000 toneladas, segundo a Shanghai JC Intelligence Co Ltd (JCI).

Os preços do farelo de soja à vista subiram mais de 100 iuanes diariamente por vários dias na semana passada, chegando a 5.600 iuanes por tonelada na cidade de Xi’an, no noroeste da China, na sexta-feira, de acordo com a JCI.

Os preços atuais estão mais altos do que o pico anterior de 5.218 iuanes atingido em março, quando a invasão russa da Ucrânia agitou os mercados globais de grãos, e cerca de 40% mais altos do que um ano atrás, quando o racionamento de energia forçou algumas fábricas a fechar.

Os preços devem permanecer altos nos próximos meses, com as chegadas de soja em níveis baixos de cerca de 6 milhões de toneladas neste mês e no próximo, segundo a JCI.

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