Preços de alimentos no mundo batem máxima de 26 meses em novembro, segundo FAO
Os preços dos alimentos no mundo subiram fortemente em novembro, impulsionados por grandes saltos nas cotações de carnes e óleos vegetais, apesar de valores ligeiramente mais baixos dos cereais, informou a agência de alimentos das Nações Unidas nesta quinta-feira.
O índice de preços dos alimentos da Organização para a Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), que mede as variações mensais de uma cesta de cereais, oleaginosas, laticínios, carne e açúcar, atingiu uma máxima de 26 meses em novembro.
O indicador atingiu média de 177,2 pontos, alta de 2,7% em relação ao mês anterior e um aumento de 9,5% ante o mesmo período do ano passado.
O índice de preços da carne registrou seu maior aumento mensal desde maio de 2009, subindo 4,6% ante outubro, para 190,5 pontos, com a carne bovina e ovina avançando mais fortemente, impulsionadas pela demanda da China e maior consumo de final de ano.
O índice de preços de óleo vegetal subiu 10,4%, para 150,6 pontos, atingindo seu ponto mais alto desde maio de 2018, liderado por valores mais firmes do óleo de palma, que se fortaleceram com a forte demanda de importação, maior uso de biodiesel e preocupações com possível escassez.
O índice de preços dos cereais caiu 1,2%, para 162,4 pontos, com grandes ofertas de exportação e forte concorrência entre os produtores mundiais, pesando nos preços do trigo.
Os preços do arroz caíram para mínimas de seis meses, à medida que novas colheitas aumentaram a pressão.
O índice de preços do açúcar ficou em média 181,6 pontos, alta de 1,8% em relação a outubro, liderado pelas expectativas de maior demanda.
Produção
A agência elevou sua previsão para a produção global de cereais em 2019 em 0,4%, estimando a safra mundial de cereais em 2,714 bilhões de toneladas, em comparação com os níveis de 2018.
A produção de trigo deverá aumentar 4,8%, para 766,4 milhões de toneladas.
A produção global de arroz foi estimada em 515 milhões de toneladas, um aumento de 1,6 milhão de toneladas em relação à previsão anterior, o que implica uma queda de 0,5% em relação ao recorde de 2018, informou a agência.