Preços ao produtor na China caem com dificuldade da indústria de se recuperar
Os preços nos portões das fábricas chinesas caíram em janeiro mais do que os economistas esperavam, sugerindo que o impulso da demanda doméstica que havia elevado os preços ao consumidor após o fim da política de Covid zero ainda não é forte o suficiente.
O índice de preços ao produtor caiu 0,8% em janeiro em relação ao ano anterior, após queda de 0,7% em dezembro e ante expectativa em pesquisa da Reuters de recuo de 0,5%, embora a atividade manufatureira tenha voltado a crescer em janeiro.
O índice de preços ao consumidor subiu 2,1% em janeiro na comparação anual contra 1,8% em dezembro, mostraram dados da Agência Nacional de Estatísticas nesta sexta-feira, pouco abaixo do aumento de 2,2% previsto em pesquisa da Reuters.
Os preços ao consumidor foram impulsionados por um aumento sazonal dos gastos durante o festival de Ano Novo Lunar, com tarifas aéreas, ingressos de cinema e preços de viagem subindo 20,3%, 10,7% e 9,3% respectivamente, de acordo com os dados da agência.
Economistas preveem que o custo de vida na China aumentará durante os próximos meses, agora que a política de Covid zero foi abandonada.
Observadores esperam que a China mantenha uma meta de inflação de cerca de 3% este ano, a mesma do ano passado.
A segunda maior economia do mundo continua a enfrentar obstáculos significativos, incluindo um setor imobiliário em dificuldade, enfraquecimento da demanda externa dos exportadores chineses e níveis quase recordes de desemprego juvenil.
O declínio mensal de 0,4% nos preços ao produtor foi surpreendente e parece sugerir que o setor manufatureiro ainda não estava funcionando a toda velocidade, disse Zhou Hao, economista-chefe da Guotai Junan International, em uma nota.
A queda nos preços às fábricas foi inesperada porque a atividade econômica da China retornou ao crescimento em janeiro.
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) oficial, que mede a atividade manufatureira, cruzou o limiar de 50 pontos pela primeira vez desde setembro.