Preços ao produtor da China sobem em janeiro e interrompem 6 meses de quedas
Os preços nos portões das fábricas da China interromperam seis meses de queda na comparação anual em janeiro, embora os fechamentos prolongados de empresas devido ao surto de coronavírus signifiquem que o ímpeto positivo não deve persistir.
O vírus matou mais de 900 pessoas na China e também ampliou as pressões de preços com a inflação ao consumidor atingindo máxima de mais de oito anos uma vez que as restrições do governo ao movimento levaram os moradores a estocar produtos essenciais.
O índice de preços ao produtor subiu 0,1% em janeiro na comparação com o ano anterior, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Estatísticas nesta segunda-feira, em linha com as expectativas em pesquisa da Reuters e revertendo a queda de 0,5% em dezembro.
Analistas atribuíram a alta à melhora da atividade no setor industrial no final do ano passado, impulsionado por uma trégua comercial com os Estados Unidos e estímulo do governo, que finalmente parece ter ganhado tração.
Entretanto, esses ganhos não devem se sustentar em meio aos impactos econômicos do coronavírus.
A epidemia infectou mais de 40 mil pessoas no país, forçando Pequim a ampliar feriado em bases industriais e impor vários controles em grandes cidades.
Isso levou alguns economistas a reduzirem drasticamente suas estimativas de crescimento do PIB para o primeiro trimestre e o ano todo. Pequim avalia reduzir sua meta de crescimento para 2020 de em torno de 6% e preparar estímulos fiscais e monetários para conter os efeitos do surto, disseram fontes à Reuters.
O índice de preços ao consumidor da China subiu 5,4% em relação ao ano anterior em janeiro, superando a expectativa de avanço de 4,9% em pesquisa da Reuters e a alta de 4,5% em dezembro. Também foi a aceleração mais rápida desde outubro de 2011.
Em nota, a agência de estatísticas atribuiu a aceleração nos preços ao consumidor ao feriado do Ano Novo Lunar, surto de coronavírus e base mais baixa do ano passado.