Mercados

Preço do petróleo flutua enquanto tensões aumentam no Mar Vermelho

02 jan 2024, 15:36 - atualizado em 02 jan 2024, 15:36
preço do petróleo flutua após conflitos no mar vermelho
Escalada de conflitos no Mar Vermelho afeta o preço do petróleo. (Imagem: Reuters/Nick Oxford)

O aumento em mais de 2% no preço do petróleo deixou o mundo atento para as tensões no Mar Vermelho. Às 7h55 dessa terça-feira (02), o Brent, referência para a Petrobras (PETR3;PETR4), avançou 2,53%, chegando a US$ 78,90, enquanto o WTI subiu 2,50%, alcançando US$ 73,40.

Porém, no início da tarde, os preços deram uma virada. Às 14h30, o Brent era ofertado a US$ 76,39 e o WTI a US$ 70,83.

A combinação entre o envio de um novo navio de guerra pelo Irã para a região, o aumento na produção e exportação da commodity pelos Estados Unidos (EUA) e uma enorme importação de petróleo bruto pela China fez com que o preço mudasse ao longo do dia.

Ataques no Mar Vermelho

No domingo (31), a Marinha dos EUA matou tripulantes de três barcos do grupo Houthi que atacaram um navio-contêiner da AP Moller-Maersk. A empresa dinamarquesa suspendeu o trânsito no Mar Vermelho por 48 horas para analisar a segurança da rota.

O grupo emitiu ameaças contra os países que aderiram à força-tarefa dos EUA, a Operação Prosperity Guardian, criada para garantir a navegação na região. Participam da Prosperity Guardian nações como Reino Unido, França e Noruega que afirmam procurar enfrentar conjuntamente os desafios de segurança no sul do Mar Vermelho e no Golfo de Aden.

Em resposta à atuação da Marinha dos Estados Unidos, o Irã enviou um navio de guerra, o destróier Alborz, para o estreito de Bab El-Mandeb, entre o Mar Vermelho e o Golfo de Aden.

Também em consequência ao dia 31, uma delegação dos Houthis se reuniu com autoridades no Teerã.

Países contêm alta do petróleo

Os Estados Unidos, maiores produtores de petróleo do mundo, aumentaram a produção e exportação do óleo e de gás natural, atenuando os efeitos dos conflitos na região do Canal de Suez, que faz com que o transporte do petróleo produzido pelo Oriente Médio seja afetado. A produção dos EUA atingiu um recorde de 4,5 milhões de barris por dia, atendendo a necessidade dos países europeus.

A China importou uma grande quantidade de petróleo, e refinarias e comerciantes privados receberam uma alocação grande por parte da nação, aumentando as perspectivas para o consumo do país.

Bruno Pascon, diretor e sócio do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), reafirma a influência dos ataques no Mar Vermelho no preço do barril de petróleo, mas também o aumento de juros por parte de países em desenvolvimento, fazendo com que haja uma pressão de demanda mais baixa do que a obtida em 2023.

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