Páscoa

Preço do ovo de páscoa dispara 43% nos últimos 3 anos; cacau é o principal vilão

27 mar 2025, 10:23 - atualizado em 27 mar 2025, 10:23
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De acordo com levantamento da Fipe, o preço dos ovos de páscoa subiu 9,52% neste ano e acumula alta de 43% nos últimos três anos. (Foto: iStock/FG Trade)

Os ovos de páscoa estão cada vez mais caros para o consumidor. De acordo com levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), o preço do ovo de chocolate subiu 9,52% nesta páscoa e acumula alta de 43% nos últimos três anos.

“O aumento dos custos de produção do chocolate é o principal motivo da elevação dos preços nos últimos anos. Questões climáticas causaram queda na oferta mundial do Cacau, disparando o preço desse importante insumo”, explica Guilherme Moreira, Coordenador do índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fipe.

A pesquisa ainda aponta que a maioria dos itens que compõem a tradicional cesta de páscoa subiu acima da inflação. No último ano, o chocolate ficou 27% mais caro e o preço dos bombons subiu 13,5%.

Os peixes, que também são tradicionalmente consumidos nesta época do ano, subiram de maneira mais discreta, mas também ficaram mais caros. O destaque é o Bacalhau, que subiu cerca de 3,9% em relação à última páscoa.

Alta do cacau deixa páscoa mais amarga

A disparada nos preços dos ovos de páscoa não é exclusiva do Brasil. O cacau, principal ingrediente na produção do chocolate, ficou 189% mais caro no mercado internacional, devido a problemas climáticos em países importantes para a produção global.

“A crise climática e sanitária nas regiões produtoras de cacau na África Ocidental, especialmente na Costa do Marfim e em Gana, resultou em uma redução significativa na oferta”, afirma o professor Marcos José Valle, doutor em Sociologia e especialista em Gestão, Comunicação e Negócios na Uninter.

Segundo Valle, embora o Brasil seja um dos maiores produtores de cacau do mundo, a produção nacional não é suficiente para atender à demanda interna. Em 2023, o Brasil importou cerca de 43,3 mil toneladas de cacau, principalmente da Costa do Marfim e de Gana.

O especialista ainda ressalta que outros ingredientes como açúcar e leite, essenciais na fabricação dos ovos, também tiveram seus preços elevados em função de condições climáticas adversas e ao aumento dos custos de produção e transporte.

Diante deste cenário, Valle sugere que o Governo Federal deveria considerar incentivar a produção nacional de cacau, buscando estimular a concorrência e mitigar o impacto no consumidor.

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Repórter estagiário no Money Times, graduando em jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP). Cobre empresas, mercados e agronegócio desde 2024.
gustavo.silva@moneytimes.com.br
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