Preço do açúcar deve se manter em patamar elevado em 2021, diz Fitch
Os preços internacionais do açúcar permanecerão em patamares elevados neste ano, apoiados pela recuperação das cotações do petróleo e por fundamentos positivos de oferta e demanda, após terem atingido os maiores níveis desde 2016/17, disse a agência de classificação de riscos Fitch Ratings em relatório divulgado nesta segunda-feira.
A companhia destacou que, embora seja previsto um superávit para a safra 2021/22 do adoçante, as estimativas apontam para um déficit em 2020/21, enquanto a nova safra brasileira enfrenta perdas de rendimento após uma seca afetar as principais regiões produtoras.
“O mix açucareiro brasileiro no ano de 2021 deve permanecer relativamente inalterado, embora a produção de açúcar tenda a cair em pelo menos 2,3 milhões de toneladas em função de rendimentos agrícolas menores na safra em andamento”, disse em nota o diretor do grupo de Finanças Corporativas da Fitch no Brasil, Claudio Miori.
Segundo ele, o cenário mais apertado de oferta em 2020/21, agregado às perspectivas de demanda, é um dos pilares para os preços elevados do açúcar nos mercados internacionais.
Miori também citou a recuperação dos preços do petróleo, que estão entre os fatores que guiam o mix produtivo entre açúcar e etanol.
Neste ano, o preço do açúcar bruto negociado na ICE acumula até o momento alta de 8,6%, tendo encerrado a sessão desta segunda-feira a 16,83 centavos de dólar por libra-peso.
No final de fevereiro, a cotação já chegou a atingir máximas de quatro anos, a 18,78 centavos de dólar por libra-peso.
Em seu relatório, a Fitch acrescentou que o fator que deve levar volatilidade ao mercado no curto são as posições não comerciais mantidas por fundos de investimento.
“A longo prazo, a Índia deve ser o principal motor de crescimento para os preços de açúcar”, concluiu a agência.
O país asiático é um grande produtor do adoçante, mas depende de subsídios concedidos a usinas com problemas de caixa para exportações.