Commodities

Commodities subiram muito e rápido demais e rali é insustentável, avalia Goldman

10 jun 2020, 10:10 - atualizado em 10 jun 2020, 10:20
Indústria Siderurgia
Segundo o banco, a alta foi “muito grande e muito rápida no petróleo, mas não em metais” (Imagem: Reuters/Alexandre Mota)

O rali nos mercados de commodities avançou além dos fundamentos, com exceção do setor de metais, disse o Goldman Sachs (GS), acrescentando que está hesitante em recomendar uma posição comprada nesse momento.

O banco de Wall Street afirmou, em nota com data de terça-feira, que vê riscos de baixa nos mercados agrícolas e de energia, citando a recente força nesses segmentos como surpreendente dados os massivos estoques e a demanda reprimida.

“Sem uma mudança no equilíbrio (de oferta e demanda), qualquer rali em mercados físicos de commodities é insustentável”, disse o Goldman.

Segundo o banco, a alta foi “muito grande e muito rápida no petróleo, mas não em metais”.

Os mercados de metais estão apertados e a demanda “extremamente forte” dos setores de construção e infraestrutura da China em maio superou até mesmo as projeções mais otimistas, afirmaram os analistas do banco.

“Somando-se problemas de oferta relacionados à Covid-19 e a falta de sucata disponível devido às medidas de isolamento, os mercados de metais ficaram com estoques relativamente baixos.”

“Sem uma mudança no equilíbrio (de oferta e demanda), qualquer rali em mercados físicos de commodities é insustentável” (Imagem: Reuters/Amanda Perobelli)

O banco projeta retorno em três meses de 0,8% para metais industriais, e -9,5% para o complexo de energia, com -8,6% para metais preciosos e -7,4% para commodities agrícolas.

Em um horizonte de 3, 6 e 12 meses, o Goldman vê retorno de -7,5%, 2,7% e 13,1% nas commodities em relação ao índice S&P GSCI. No ano até o momento, o retorno em commodities está em -34,2%, contra 17,4% in 2019.

Em petróleo, o Goldman disse que a produção será incentivada a retornar à medida que os preços atingirem 40 dólares por barril, o que aumenta substancialmente os riscos de queda e gera expectativas de uma correção de entre 15% e 20%.

No setor agrícola, o banco disse que o milho e o açúcar devem atingir níveis historicamente altos de produção este ano, enquanto consequências do coronavírus diminuíram a perspectiva de demanda.