Petróleo

Preço da gasolina pode subir no Brasil? Tensão no Oriente Médio causa temor

05 jan 2024, 17:29 - atualizado em 05 jan 2024, 17:30
tensão no oriente médio altera preços do barril do petróleo
Conflitos no Oriente Médio continuam e petróleo apresenta mudanças de preço. (Imagem: Pixabay/ARMBRUSTERBIZ)

2024 continua conturbado para o Oriente Médio. Na quarta-feira (03), durante uma cerimônia em homenagem a um militar iraniano morto em 2020, foram realizados ataques que deixaram 95 mortos e 211 feridos. O Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques.

A tensão não acontece apenas no Irã. O conflito entre Israel e Hamas continua, aumentando o número de mortos e feridos diariamente, e o Iêmen também entrou no conflito, com o grupo de rebeldes Houthis atacando navios no Mar Vermelho.

Com esse cenário, é comum pensar imediatamente no preço do barril de petróleo, afinal, os maiores produtores estão no Oriente Médio. Mas essa situação pode chegar até o Brasil?

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Preço do barril de petróleo muda diariamente

Às 10hs da sexta-feira (05), o petróleo WTI apresentava uma alta de 1.03%, enquanto o Brent aumentava em +0.70%. Às 16hs, a cotação já era diferente, com +2.44% para o primeiro e 1.71% para o segundo.

Os Estados Unidos, maiores produtores de petróleo do mundo, vêm aumentando a produção e exportação de petróleo, o que ajuda a conter os preços do barril. Recentemente, a produção atingiu um recorde de 4,5 milhões de barris por dia.

Essa volatilidade no preço, mas com uma variação que não sai do valor entre 70 e 80 dólares, é prevista enquanto os conflitos continuarem.

De acordo com os analistas do Bank of America (BofA), há a expectativa de que o petróleo Brent atinja uma média de 80 dólares por barril em 2024. Atualmente, o barril é cotado a US$ 78,81.

Em nota, o BofA afirma que o petróleo permanecerá volátil, “exacerbado pela influência descomunal do mercado de papel, informada pela geopolítica e pela política da OPEP”.

Rafael Passos, analista da Ajax Asset, explica que esse cenário de volatilidade acontece há um tempo.

“Nos últimos 5 anos, houve uma queda nos números de refinarias no mundo global, então o mundo passou por um processo de oferta mais apertado e demanda ainda latente. Então o que se tem aqui é um desequilíbrio de oferta e demanda no mercado, deixando a commodity mais apreciada”, discorre.

“Conflitos geopolíticos também causam picos no preço do petróleo, mas estruturalmente tem um desequilíbrio entre oferta e demanda”, complementa.

O que isso significa para os derivados de petróleo brasileiros?

Apesar do susto, os preços de derivados de petróleo aqui no Brasil, como a gasolina e o diesel, não devem aumentar. Segundo Passos, isso acontece por conta da nova política de preços da Petrobras (PETR4), que é mais flexível.

Ele cita também o destaque da Petrobras, que vem obtendo níveis de exploração do óleo maiores, considerando principalmente o pré-sal.

Para o futuro, Rafael afirma que apenas cenários geopolíticos extremos, como uma piora no conflito entre Rússia e Ucrânia ou entre Israel e Hamas, poderiam gerar influências mais acentuadas no preço do Brent.