Preço-alvo da Vale é cortado pelo BB Investimentos, devido à maior aversão ao risco
O BB Investimentos cortou o preço-alvo da Vale (VALE3) de R$ 68 para R$ 59, e das ADRs (American Depositary Receipts) da empresa negociadas na Bolsa de Nova York de US$ 17 para US$ 12. A recomendação, contudo, permanece em outperform, ou seja, desempenho esperado acima da média do mercado.
Gabriela Cortez e Victor Penna, que assinam o relatório da gestora do Banco do Brasil (BBAS3), explicam que a revisão foi baseada na incorporação de novas estimativas de produção, custo e capex (orçamento para investimentos) divulgadas pela Vale, junto com os números do primeiro trimestre.
Outro fator que pesou no corte do preço-alvo foi a consideração de um maior custo de capital para o acionista, a fim de refletir a maior aversão ao risco, diante da deterioração da economia. O WACC (custo médio de capital ponderado) considerado para a conta é de 14,3%, com taxa de 3% para a perpetuidade.
Voo para a qualidade
O BB Investimentos também reduziu a taxa livre de risco para 2,3%, “devido ao movimento de ‘flight to quality’ (fuga para ativos de menor risco), com a respectiva redução dos retornos esperados”.
Já pela manhã, os relatórios publicados por outros analistas afirmavam que o balanço do primeiro trimestre, divulgado ontem à noite (28), mostrava que a Vale viveu um trimestre abaixo de seu potencial. Os analistas, contudo, deram um voto de confiança à mineradora.
Os investidores parecem acompanhar a boa vontade dos analistas. As ações da Vale operam com forte alta nesta quarta-feira (29). Por volta das 14h53, os papéis subiam 4,71%, para R$ 46,71. Já o Ibovespa, principal índice da B3 (B3SA3) subia 2,06% e marcava 82.988 pontos.