É preciso estimular o uso do etanol e olhar para emissão de CO2 dos carros do ‘berço ao túmulo’, diz Stellantis
O vice-presidente de assuntos regulatórios da Stellantis (que produz os carros das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën) na América do Sul, João Irineu Medeiros, disse que a empresa trabalha muito as transições energéticas e que é possível descarbonizar a indústria.
Para ele, o Brasil tem uma matriz energética privilegiada, enquanto a emissão de carbono no setor de carros na Europa é três vezes maior que a brasileira.
“Temos 30% da nossa frota com veículos de baixo carbono, e isso só acontece na Noruega, que conta uma frota mais de 10 vezes menor que a nossa, precisamos estimular o uso do etanol”, disse durante o Global Agribusiness Festival (GAFFFF).
O evento acontece entre quinta (27) e sexta (28) em São Paulo, com organização da Datagro, consultoria agrícola que atua em mais de 50 países, com apoio da XP Investimentos.
Para o executivo da Stellantis, a indústria precisa se preocupar com a emissão de carbono em todas as etapas na produção do carro, do “berço ao túmulo”, já que apenas a produção responde por 10% das emissões de um carro.
A Stellantis conta com um plano de investimentos de R$ 32 bilhões no Brasil e América Latina entre 2025 – 2030. Medeiros ainda ressaltou a importância da reciclagem dos carros.
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Investimentos do PAC
O painel com a Stellantis também contou com a participação da Lais Thomaz, assessora da Secretaria Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.
Ela falou sobre a incorporação do Renovabio, assim como pela aprovação do “Combustível do Futuro” na Câmara dos Deputados, que aguarda aprovação do Senado e do Programa Nacional do Hidrogênio, além do Mover.
“Dentro do programa do PL do combustível do futuro, temos SAF, diesel verde e biometano. Fora isso, temos muitos investimentos previstos no novo PAC. Há muito motivos para comemorar”, completa.
No entanto, ela ressaltou que ainda é preciso usar os fósseis, porque a demanda segue crescendo. “Mas precisamos repensar o consumo. Devemos liderar a transição energética, liderando o debate no G20 e na COP30 em 2025, assim como nos Brics”, disse.