Precisamos esperar efeitos da política monetária, afirma Campos Neto
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta terça-feira que a política monetária tem um “lag” (defasagem), apesar de medidas para melhorar o canal de transmissão dos movimentos na taxa básica de juros, e que há um efeito a ser aguardado.
É preciso esperar a materialização desses efeitos para “dimensionar o que estamos fazendo e dar um rumo, um norte”, disse Campos Neto em resposta a questionamentos da plateia em evento promovido pelo Credit Suisse.
O comentário vem num momento em que o mercado debate as chances de novo corte da Selic em fevereiro mesmo depois de todas as reduções já feitas que derrubaram a taxa básica de juros a sucessivas mínimas recordes. O juro está atualmente em 4,50%.
Também indagado pelos presentes, Campos Neto respondeu que a desvalorização do real não tem contaminado as expectativas de inflação, repetindo que a depreciação da moeda local tem ocorrido num ambiente de queda de prêmios de risco-país.
Campos Neto disse que “é óbvio” que o BC sempre acompanha os movimentos do câmbio sob dois aspectos: percepção de risco e expectativas de inflação.