Colunista Vitreo

Pré-Mercado: Vocês estão preparados para a véspera de feriado nos EUA?

24 nov 2021, 8:42 - atualizado em 24 nov 2021, 8:42
Vigiando o mercado a cada movimento brusco / O Abutre (2014)

Oportunidade do dia

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Bom dia, pessoal!

Os mercados globais estão ansiosos para o pregão de hoje, durante o qual muita coisa pode acontecer.

Lá fora, a agenda está cheia. Nos EUA, na véspera do feriado de Ação de Graças, os mercados estarão fechados amanhã (25) e o pregão terá uma duração menor durante a Black Friday (26).

Já na expectativa para a reação com o dia de hoje, as Bolsas asiáticas operaram sem um sentido único.

Repercutiu por lá a restrição da China ao acesso de dados que mostram a localização de navios ao longo de sua costa, o que torna o monitoramento do comércio mais difícil e gera sentimento de aversão ao risco.

Apesar de muita coisa estar acontecendo no exterior, o Brasil enfrenta seus bons e velhos fantasmas, acompanhando votações em Brasília e dados econômicos a serem divulgados.

A ver…

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Dia de apreciar a PEC dos Precatórios

O mercado avalia as mudanças feitas no texto da PEC. Nem tudo são flores, claro, mas o saldo foi sentido como positivo por ter colocado um ponto final na incerteza sobre o malabarismo que seria feito no Senado – até então, ninguém sabia de fato o que sairia dali.

Entre as alterações, destaque para um Auxílio Brasil como política pública permanente.

Nesta manhã, o senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator da proposta, deve apresentar seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça.

A votação na comissão deve acontecer entre quinta-feira (25) e terça-feira que vem (30) – maioria simples é necessária.

Na sequência, o texto será apreciado em plenário, onde uma maioria de 3/5 será objetivada (49 dos 81 senadores). Enquanto isso, a Câmara pode votar hoje a Medida Provisória que trata do Auxílio Brasil.

Além da agenda política, dados da Receita e do Tesouro são destaques e devem chamar a atenção dos investidores, bem como dados do setor externo e fluxo cambial semanal, que afetam o câmbio.

Aliás, por falar em dólar, deve continuar repercutindo em emergentes a desvalorização da lira turca, depois que a política monetária da Turquia foi colocada em xeque pela intervenção do presidente Erdogan, que quer juros baixos apesar da inflação verificada ao redor do mundo.

Debate inflacionário ganhando novos contornos nos EUA

O mercado começa a esperar a chegada de taxas de juros mais cedo do que se pressupunha anteriormente, à medida que Jerome Powell recebeu o aceno para mais um mandato à frente do Federal Reserve (Fed).

Ontem (23), por exemplo, a curva de juros se inclinou um pouco novamente, com o rendimento do título do Tesouro de 10 anos subindo para 1,665%.

Taxas mais altas pesam sobre os estoques de tecnologia, cujo crescimento futuro parece menos valioso hoje como resultado. Ao mesmo tempo, taxas de juros mais altas, é claro, são melhores para as margens dos bancos.

A migração de teses de crescimento para teses tradicionais também jogou recursos no setor de energia, que ajudou a empurrar o S&P 500 para cima.

Para termos mais certeza sobre a taxa de juros, o debate sobre a inflação ganha novos pontos de discussão hoje.

Primeiro, temos o tradicional relatório sobre os gastos do consumidor em outubro, um documento que inclui a medida favorita de inflação do Federal Reserve, o deflator de despesas de consumo pessoal ou deflator PCE.

Segundo, as atas do Federal Open Market Committee de 2 a 3 de novembro serão divulgadas e podem dar pistas sobre o que os formuladores de políticas do Federal Reserve podem estar pensando sobre a inflação.

Petróleo é o nome do jogo

Vários países anunciaram liberações de reservas estratégicas de petróleo para tentar combater a alta dos preços da commodity em nível internacional.

Os Estados Unidos, por exemplo, estão liberando 50 milhões de barris de petróleo de suas reservas estratégicas em uma tentativa de combater o aumento dos preços do petróleo e do gás antes da movimentada temporada de férias.

O movimento foi coordenado entre EUA, China, Índia, Japão, Coréia do Sul e Reino Unido. Contudo, os preços do petróleo subiram com o temor de que a OPEP possa cortar a produção em resposta.

Além disso, o valor liberado é muito pequeno em relação à demanda; o gesto sinaliza para a OPEP a infelicidade política dos consumidores de petróleo e pode comprar uma briga geopolítica na reta final de 2021.

No final do dia, a articulação da Casa Branca pode ajudar a baixar os preços da energia no curto prazo e dar algum alívio imediato.

Mas a longo prazo, o subinvestimento na produção de petróleo deve manter os preços elevados.

Afinal, a OPEP e seus aliados, especialmente a Rússia, têm muito mais poder de fogo quando se trata de afetar o preço do petróleo.

Anote aí!

Lá fora, nos EUA, entre os indicadores, saem o PIB do terceiro trimestre e a inflação em outubro (PCE), além da ata do Fed, que pode dar pistas sobre um aumento do juro. Sobre o PIB, vale lembrar que é uma revisão da última entrega – os economistas prevêem uma taxa de crescimento anualizada de 2,2% (pouco acima da estimativa preliminar de 2%).

Relatório sobre bens duráveis e pedidos iniciais de auxílio desemprego também são esperados.

No Brasil, contamos com o índice de Confiança do Consumidor em novembro, a divulgação da arrecadação federal de outubro pela Receita Federal e o Relatório Mensal da Dívida de outubro, por parte do Tesouro Nacional.

A agenda política é emocionante, como já comentamos, enquanto o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a constitucionalidade do novo marco do saneamento.

Muda o que na minha vida?

Depois de meses de negociação, Olaf Scholz deve se tornar o novo chanceler da Alemanha sob acordo de coalizão já nos próximos dias.

Ao que tudo indica, as três partes que negociam para formar o próximo governo da Alemanha irão finalizar e apresentar seu acordo de coalizão nesta quarta-feira (24). Os social-democratas têm negociado com o Partido Verde e os Democratas Livres pró-negócios.

Se aprovada pelos membros do partido, a aliança tríplice substituirá a atual grande coalizão de social-democratas e os democratas-cristãos da atual chanceler Angela Merkel, que será então sucedida pelo atual ministro das Finanças, Olaf Scholz, dos Social-democratas.

Um acordo preliminar no mês passado indicou que a Alemanha adiantaria seu prazo para encerrar o uso de energia movida a carvão de 2038 para 2030, enquanto expandia a implantação da geração de energia renovável.

Por insistência dos democratas livres, há comprometimento de que não haverá aumento de impostos nem afrouxamento das restrições ao aumento da dívida.

As negociações sobre a aliança de três vias sem precedentes foram relativamente harmoniosas e rápidas em comparação com as conversações da coalizão anteriores.

A mudança na Alemanha moldará as políticas do país para o início desta década, tendo repercussão no resto da Europa.

Um abraço,

Jojo Wachsmann