Colunista Vitreo

Pré-Mercado: ETF de bitcoin, Auxílio Brasil e balanços corporativos nos EUA; veja o que mexe com o seu dia

19 out 2021, 8:58 - atualizado em 19 out 2021, 9:15
Pilotando os portfólios novamente sob chance de incerteza fiscal / A Batalha Esquecida (2021)

Oportunidades do dia

Descubra agora qual é o investimento “secreto” que está AMASSANDO O BITCOIN em 2021.

Enquanto o mercado derrapa em 2021, o Bitcoin superou a barreira dos US$ 60 mil nos últimos dias. Entretanto, há uma opção de investimento que está passando por cima do Bitcoin neste ano.

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Bom dia, pessoal!

Nesta terça-feira (19), lá fora, os mercados de ações do Pacífico seguiram em alta, acompanhando Wall Street, em ânimo positivo na expectativa de mais resultados corporativos nos EUA – Xangai, Tóquio, Hong Kong e Sydney avançaram.

A Europa também tem um bom humor nesta manhã, seguida pelos futuros americanos, que também sobem, pelo menos por enquanto.

Contudo, o destaque dos negócios hoje pode ser o bitcoin, que está prestes a obter seu próprio fundo negociado em Bolsa nos EUA e poderia ganhar uma notoriedade ainda mais ampla por meio da estrutura de ETF.

Foram oito anos de tentativas fracassadas de embrulhar o volátil ativo digital em um pacote – os detentores do ETF não terão nenhum bitcoin real, mas, sim, seguirão a performance dos contratos futuros.

A ver…

Seria Auxílio Brasil ou auxílio emergencial?

Há um cheiro no ar de novas incertezas fiscais.

Na verdade, o tema é mais do mesmo e se volta ao Orçamento de 2022, com possibilidade de o governo prorrogar por 60 dias o auxílio emergencial até que seja viabilizado o Auxílio Brasil.

Seria bem ruim para a percepção de risco doméstico, principalmente em meio à pressão política para um auxílio de R$ 400.

Diante de tais fatores, a Comissão Especial da Câmara que discute a PEC dos Precatórios votará esta tarde o parecer do relator, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).

Enquanto isso, o Palácio do Planalto espera anunciar uma decisão sobre o auxílio emergencial ainda nesta semana.

Nesse contexto, no qual até mesmo Arthur Lira (PP-AL), que se dizia defensor da responsabilidade fiscal, já questiona o teto de gastos, o Banco Central deverá atuar novamente esta manhã por meio de um leilão programado de venda de dólares no spot (​​ofertará até 15 mil contratos de swap, em rolagem), de modo a tentar trazer estabilidade para o câmbio, que já voltou para cima de R$ 5,50.

A dinâmica de preços na economia, agora com o foco sobre o gás, e o aparente abandono da reforma administrativa são questões delicadas e que deveriam ser discutidas até dezembro, mas o tempo corre contra nós.

Mais resultados corporativos

Após algumas semanas de maior fraqueza em setembro, em especial por conta da disparada dos juros dos títulos do Tesouro americano de dez anos, o Nasdaq está mais uma vez nas alturas.

O índice já sobe por quatro sessões consecutivas, valorizando 3,8% nesse período e estando agora apenas 2,3% abaixo de seu recorde histórico de setembro.

De forma semelhante, o S&P 500 e o Dow Jones Industrial Average estão cada um cerca de 1% abaixo de seus picos.

O único com queda ontem (18) foi o Dow, refletindo em partes uma queda inesperadamente grande de 1,3% na produção industrial dos EUA – quase metade disso foi atribuído aos efeitos prolongados do furacão Ida, que atingiu uma região energética relevante dos EUA.

Para hoje, o mercado ficará de olho no relatório sobre venda de moradias no mês de setembro, do Departamento de Comércio, e nos resultados corporativos.

Contamos hoje com nomes como Netflix, Procter & Gamble (P&G), Johnson & Johnson (J&J), Philip Morris International, Interactive Brokers Group e Canadian National Railway.

Vale destacar que a temporada de resultados também tem servido para avaliar como as empresas lidaram com as interrupções nas cadeias de suprimentos e o aumento das infecções por coronavírus no último trimestre.

  • Banqueiros centrais europeus

Depois de agitar a performance dos ativos financeiros europeus na segunda-feira (18), o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, voltará a falar hoje.

Contudo, diferentemente de seu último pronunciamento, suas palavras deverão focar não a política de curto prazo, mas, sim, a transição energética e como mudaremos para uma economia de carbono zero líquido.

Notadamente, uma economia mais sustentável muda as relações econômicas.

Além disso, as novas dinâmicas ESG devem influenciar o custo de capital das empresas; logo, a promoção de estabilidade econômica por parte dos bancos centrais deverá passar invariavelmente por se relacionar com os resultados da sustentabilidade das companhias.

Além dele, outros três banqueiros centrais podem impactar as expectativas dos mercados hoje.

Os primeiros deles são Catherine Mann e Huw Pill, ambos do banco central de Bailey, na Inglaterra.

O último é o economista-chefe do BCE, Philip Lane. Contudo, os membros do Banco da Inglaterra provavelmente serão o foco, em meio ao ressuscitar das discussões do Brexit das últimas semanas.

Anote aí!

O calendário de dados hoje está relativamente esvaziado, com destaque apenas para os dados de construção da Europa e de habitação nos EUA – os novos dados de construção residencial (construção de moradias iniciadas) para setembro dos americanos devem mostrar um valor anual ajustado sazonalmente de 1,623 milhão de novas habitações, em comparação com 1,615 milhão em agosto.

Por aqui, enquanto acompanhamos a agenda de Brasília, na ausência de dados econômicos para nos entreter, também vale acompanhar o debate promovido pelo jornal O Globo entre o governador João Doria, de São Paulo, e o governador Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, candidatos nas prévias do PSDB com vistas à sucessão presidencial.

Além disso, temos também o seminário Mineração, Transição Energética e Clima da Comissão de Minas e Energia da Câmara com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. 2ª prévia do IGP-M de outubro e IPC-S Capitais da 2ª quadrissemana de outubro são igualmente dois indicadores mais secundários no radar do dia.

Muda o que na minha vida?

Seguimos entendendo que a transição energética não está sendo tratada de forma adequada, de modo que já começamos a ver as consequências.

O problema fundamental tem sido a histeria que levou ao abandono dos combustíveis fósseis, reduzindo o investimento tão necessário, mesmo nos países em desenvolvimento.

Os reflexos da pressa com que tem sido feita a transição podem ser observados nos preços do petróleo, que subiram mais de 60% em 2021, enquanto os preços do gás natural nos EUA mais do que dobraram este ano.

Para discutir este tema, a cúpula da mudança climática COP26 em novembro em Glasgow, Escócia, será fundamental para que os países alinhem uma melhor forma de trabalhar a transição energética para os próximos 10 e 30 anos.

As emissões podem cair 40% usando tecnologias que se pagam por si mesmas, sendo que a maior parte do investimento (quase 70%) pode vir de desenvolvedores privados e Wall Street, o que alivia a pressão fiscal sobre os governos.

Ainda assim, apesar de polêmicos e causadores da crise energética global atual, os gastos com transições de energia limpa estão muito abaixo do que seria necessário para atender às necessidades futuras de forma sustentável.

Ou seja, mesmo com o ritmo descompassado atual, não atingiríamos as metas de descarbonização até 2030 e 2050 – seria preciso que os gastos anuais com energia limpa triplicassem para US$ 4 trilhões no final da década para alcançar emissões líquidas zero até 2050.

Com isso, há também uma enorme oportunidade econômica aqui para tecnologias de energia limpa, como turbinas eólicas, painéis solares, células de combustível, eletrolisadores e uma nova era de baterias. Foi pensando nisso que desenvolvemos soluções como o Vitreo Energia Limpa, Hidrogênio e Urânio, entre outros.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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