Colunista Vitreo

Pré-mercado: Uma semana para sambar na sua cabeça

02 ago 2021, 8:39 - atualizado em 02 ago 2021, 8:44
Disfarce para fugir da tensão da última sexta-feira / Céu Vermelho-Sangue (2021)

Bom dia, pessoal!

A primeira semana de agosto provavelmente não ficará devendo em nada para o final de julho, com bastante agitação, principalmente porque, por aqui, teremos Comitê de Política Monetária (Copom) definindo a taxa de juros.

Tudo o que os investidores querem é se verem livres da tensão que assolou os mercados na última sexta-feira (30).

Lá fora, a bateria de resultados corporativos segue firme, com mais de um quarto das empresas do S&P 500 preparadas para reportar seus números; entre elas, destaque para Alibaba e General Motors.

Por enquanto, os mercados abriram bem lá fora, com alta das Bolsas europeias e dos futuros americanos.

Há também sequência forte de relatórios econômicos a serem divulgados, que incluem atualizações sobre gastos com construção, pedidos de fábricas, pedidos de bens duráveis e, mais importante, o relatório de empregos de julho no final da semana – um potencial motor do mercado se houver uma surpresa positiva ou negativa para redefinir o pensamento sobre as taxas de juros.

A ver…

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Volta às aulas… digo, ao Congresso

Em semana de Copom e de retomada das atividades do Congresso, o presidente segue se chocando contra o Judiciário, mesmo depois do aparente apaziguamento durante o mês passado, insistindo no voto impresso e na possibilidade de fraude às eleições (hoje termina o prazo para que Bolsonaro apresente ao Tribunal Superior Eleitoral provas de fraude em eleições) – se houver nova ruptura entre os Poderes, na entrada do novo período de trabalhos do Legislativo, as reformas podem ficar comprometidas.

Para a semana, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta viabilizar a votação do projeto sobre Imposto de Renda, enquanto o deputado Celso Sabino (PSDB-PA), relator do projeto de lei que muda o Imposto de Renda para pessoas físicas e jurídicas, pode apresentar um novo texto.

No Senado, deveremos ver ao longo dos próximos dias a votação da MP sobre ambiente de negócios e renegociação de dívidas tributárias, o que pode ser lido como positivo pelo mercado.

Divisão de times

Apesar dos esforços de Jerome Powell em demonstrar união no interior da autoridade que comanda, o Federal Reserve (Fed), a identificação de fraturas entre os membros é bastante clara.

A divisão de times se dá entre os que desejam manter a política monetária acomodatícia por mais tempo e os que querem que ela seja diminuída gradualmente antes do que se planejava.

Nasce agora também uma ala de moderados, buscando identificar um meio-termo, como é o caso da economista e diretora do Fed Lael Brainard, que sugere que o Fed deveria usar todos os três pilares da política (monetários, quantitativos e regulatórios).

Quando as ameaças à estabilidade econômica eram amplas, uma resposta monetária foi apropriada.

Agora, as ameaças são mais complexas, portanto, uma resposta regulatória pode ser mais adequada. E assim por diante.

A discussão deverá ganhar contornos especiais na sexta-feira (6), quando será divulgado o relatório de emprego dos EUA – em breve, todo o subsídio de desemprego vai se exaurir, tornando o mercado de trabalho menos artificializado (saberemos de verdade o que é desemprego temporário e o que não é).

A semana também reserva a potencial aprovação do projeto de lei de infraestrutura, ainda que seu apoio na Câmara seja contestável.

E esse mercado imobiliário

A evolução dos preços de habitação está começando a chamar bastante atenção dos investidores.

Para ilustrar, em maio, os preços das casas nos Estados Unidos subiram no ritmo mais rápido já registrado, atingindo novas máximas devido à escassez de estoque e à explosão da demanda – o preço médio de uma casa existente era de US$ 350,3 mil, um aumento de 24% em relação a 2020.

Mas o fenômeno é global. Veja os preços das casas na Holanda, por exemplo, que aumentaram quase 13% ano a ano em maio (maior aumento desde 2001).

Agora, a própria Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) relatou um grande aumento de preços em todas as economias, que afeta a percepção de inflação dos agentes econômicos e do poder de compra da população.

Contudo, uma outra interpretação leva a crer que, como os preços das casas são considerados preços de ativos, estes não têm nenhum papel a desempenhar na inflação, apenas no poder de compra (o aumento dos preços dos ativos aumenta o poder de compra futuro).

De todo modo, a discussão ganha contornos cada vez mais relevantes, com um resquício de medo da última grande crise.

Anote aí!

Hoje (2), várias pesquisas de opinião sobre o sentimento dos negócios devem ser feitas na Europa e nos EUA, fatores que podem ser válidos de acompanhar, apesar de terem perdido a relevância mais recentemente, principalmente em meio à temporada de resultados.

No Brasil, o Ministério da Economia divulgará o resultado da balança comercial em julho, enquanto Paulo Guedes já não mostra a mesma convicção para defender o teto de gastos (a questão dos precatórios deverá voltar a ser algo a se discutir).

Outros destaques são:

i) os indicadores industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI); e

ii) o envio do projeto que trata da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Muda o que na minha vida?

Apesar dos problemas com a cadeia de suprimentos, a recuperação econômica global está avançando.

Em junho, por exemplo, a atividade empresarial nos 19 países que usam o euro cresceu pela taxa mais rápida em 15 anos, fato que deve se repetir ao passo que avaliamos os números de julho.

Porém, a economia global ainda está tentando resolver os problemas do sistema.

Apesar das empresas contratando pessoal na taxa mais acentuada em quase três anos, os últimos meses também viram um aumento recorde nas pendências de trabalho, um alongamento quase recorde das cadeias de abastecimento e o esgotamento cada vez mais generalizado dos estoques.

Mesmo assim, as empresas têm uma visão otimista do futuro e os economistas estão impressionados com os dados que estão vendo, uma vez que a maioria dos indicadores econômicos tem sugerido que uma forte recuperação está em andamento.

Vale lembrar que a economia está crescendo graças a níveis de apoio sem precedentes, mas jogar muita gasolina no fogo aumenta o risco de superaquecimento.

Na semana passada, porém, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, se manteve firme, observando que as preocupações com a inflação não seriam suficientes para o banco central mudar seu curso – manteve a política acomodatícia.

Entretanto, à medida que a economia dispare, crescem os pedidos para que o Fed e seus pares reavaliem suas posições.

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Um abraço,

Jojo Wachsmann