Pré-Mercado: Tem um trocadinho aí?
Oportunidades do dia
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Bom dia, pessoal!
O dia foi predominantemente ruim na Ásia, com a maior parte dos mercados fechando em queda nesta terça-feira (11), seguindo o humor de ontem das Bolsas ocidentais. O dia de hoje guarda eventos internacionais de relevância, como o depoimento (sabatina) do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ao Senado dos Estados Unidos. Suas palavras poderão indicar que a economia americana se expande em ritmo acelerado, sinalizando que o mercado de trabalho está robusto.
A depender do tom de reforço à ata da semana passada, o mercado pode seguir atuando sobre a curva de juros, precificando uma ação mais rápida por parte da autoridade monetária. Os mercados globais deverão sentir os desdobramentos, em especial nos casos mais sensíveis, como dos emergentes e das teses de crescimento. Diferentemente dos mercados asiáticos, a Europa amanhece em alta, acompanhada pelos futuros americanos, que também esboçam performance positiva.
A ver…
Dia de sabermos a inflação tupiniquim
Se a agenda internacional é relevante e pode trazer impactos para o mercado brasileiro, os investidores locais ainda precisam se preocupar com os dados econômicos domésticos. Hoje, o IBGE divulgará o IPCA de dezembro e o acumulado de 2021, que poderá cravar os dois dígitos na inflação em 10% no ano passado. É o que aponta a mediana das estimativas de mercados, com desaceleração para alta de 0,65% em dezembro na comparação mensal após a alta de 0,95% em novembro.
Uma inflação mais alta do que o esperado pode trazer mais pressão para a nossa curva, que já está estressada por conta das questões fiscais em meio ao ano eleitoral e do processo de aperto monetário americano. Por falar em questão fiscal, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se reúne com representantes de servidores do banco para discutir reajuste salarial. Sabemos que foi um dos pontos de atenção do Orçamento de 2022, que pode acabar gerando uma greve de servidores.
O depoimento de Powell, o líder religioso dos mercados
Os rendimentos crescentes dos títulos do Tesouro americano continuaram a pesar sobre as ações de tecnologia (taxas de descontos mais altas tornam os lucros futuros menos valiosos em termos atuais). O rendimento do Tesouro de 10 anos subiu pelo sexto dia consecutivo para 1,779%. Não custa lembrar que há algumas semanas esta mesma taxa estava abaixo de 1,40%. Se as taxas mais longas afetam ativos de duration mais longo, as taxas de curto prazo podem desacelerar o crescimento econômico se elevadas, o que prejudica setores economicamente mais sensíveis, como cíclicos domésticos.
O movimento sobre os vértices mais curtos nos mostra que os mercados estão convencidos de que o Fed aumentará sua taxa de referência de curto prazo, atualmente entre 0% e 0,25%. Algumas instituições, como Goldman Sachs e JP Morgan, já enxergam quatro ou mais subidas de juros em 2022. Para confirmar este entendimento, deveremos acompanhar na quarta-feira (12) os dados de inflação dos EUA, com os economistas esperando um aumento de 7,2% no ano no índice de preços. Quanto mais alta a inflação, maior a probabilidade de o Fed agir rapidamente na remoção do apoio monetário da economia e dos mercados.
Antes disso, vale acompanhar hoje a sinalização nas audiências do Comitê Bancário do Senado. O presidente Jerome Powell testemunha hoje e deve responder a perguntas dos legisladores, que consideram sua renomeação para mais um mandato de quatro anos. Esta sabatina poderia fornecer algumas informações sobre o pensamento atual do Fed não só sobre política monetária, mas também sobre mudança climática, que deve também ser um tema cada vez mais encarado pelas autoridades monetárias ao redor do mundo.
Você está com sintomas de gripe?
No hemisfério norte, após as férias de inverno, os funcionários deveriam retornar ao trabalho na primeira semana de 2022. Em vez disso, muitos ficaram doentes, com uma onda de ômicron e de gripe nos EUA. Não é, porém, uma exclusividade dos países que passam pelo inverno. Aqui no Brasil, em pleno verão (apesar de bastante frio), também encaramos uma combinação de onda de covid (ômicron) e de influenza. Em alguns casos, inclusive, com dupla contaminação (a chamada “flurona”).
Lá fora, a média de sete dias dos casos diários nos EUA ultrapassou 500 mil pela primeira vez desde o início da pandemia em março de 2020 e agora alcança mais de 700 mil (de média móvel). Apesar de um aumento nos testes, muitos também estão testando positivo em casa (e alguns estão evitando os testes completamente), o que significa que o número de infectados pode ser muito maior.
No Brasil, este número continua mais tímido, mas ainda relevante, com média móvel acima de 30 mil (há alguns dias ela sequer chegava a 10 mil). A nova onda da pandemia pode afetar a nossa realidade já no começo de 2022. Sim, infelizmente ainda não acabou e fomos premiados em começar o ano com um presente desses. Pelo menos agora, depois de um robusto processo de vacinação, os problemas com a letalidade e hospitalização parecem, em princípio, mais controlados.
Anote aí!
Lá fora, destaque para a digestão dos dados das vendas no varejo do Reino Unido, que mostram os impactos na demanda com a presença da ômicron. A fala da presidente do BCE na Alemanha também será acompanhada. Nos EUA, a pesquisa de opinião de pequenas empresas (Índice de Otimismo das Pequenas Empresas) está no radar, bem como a fala de alguns presidentes de Fed regionais, como o de Kansas City. Mas o grande destaque fica por conta da sabatina de Powell no Senado. No Brasil, a FGV divulga o Índice de Variação de Preços de Aluguéis Residenciais (Ivar/FGV), enquanto o mercado espera pelos dados de IPCA do IBGE.
Muda o que na minha vida?
Milhares de voos cancelados. Planos de volta ao escritório engavetados. Jogos de futebol e shows da Broadway também cancelados. Lojas fechadas em Nova York. A realidade está dura na nova onda da pandemia. Apesar de não estarmos vivendo novamente o pesadelo das mortes em milhares ao dia, a Covid começa 2022 com possibilidade de voltar a balançar a economia, como ameaça fazer nos EUA.
A ruptura é diferente desta vez, no entanto. As vacinas estão amplamente disponíveis, os sintomas da infecção por ômicron parecem ser mais leves, permitindo que não haja o desligamento completo da economia. Ainda assim, a velocidade impressionante de transmissão assusta, como aconteceu na Europa anteriormente, o que poderia ser um revés para a recuperação econômica prevista para 2022.
Em uma tentativa de aliviar a pressão sobre a economia, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA reduziu o tempo recomendado pelo qual as pessoas devem se isolar após testar positivo para Covid-19 se não apresentarem sintomas. Parte do estrago, porém, já foi feita. Quanto antes a onda passar e quanto mais as pessoas seguirem se vacinando, mais rapidamente passaremos por estes capítulos, possibilitando que haja uma normalização em 2022.
Um abraço,
Jojo Wachsmann