Colunista Vitreo

Pré-mercado: sopros de um abril potencialmente positivo

06 abr 2021, 8:44 - atualizado em 06 abr 2021, 8:44
Caça e caçador – The Great (2020)

Bom dia, pessoal!

Ontem (5), em dia com menor liquidez em nível global (Bolsas europeias e chinesas fechadas), os EUA engataram alta e os ativos brasileiros conquistaram também um excelente dia, pautados pelo bom humor doméstico com os ajustes no Orçamento de 2021, bem como repercutindo o gigantesco programa de recompra de ações da Vale (VALE3).

Hoje (6), com a retomada das Bolsas ao redor do mundo (Hong Kong ainda permanece fechada, mas a China já volta nesta terça-feira), poderemos ter um dia agitado por mais liquidez. Por sinal, a Europa abriu o dia em bom humor, enquanto os futuros de Wall Street corrigem a alta de segunda-feira, quando o Dow e o S&P renovaram o recorde de fechamento (o segundo já está acima de 4.000 pontos). A ver…

Alinhamento em Brasília? Vai chover…

Ao que tudo indica, Paulo Guedes teve participação ativa nos caminhos que seguirão para o Orçamento deste ano (sim, estamos em abril, mas ainda definindo o orçamento do ano). O acordo oficial com o ministro da Economia ainda não veio, mas este se mostrou bastante otimista em suas participações nas lives de segunda-feira – o Centrão deverá esperar um parecer formal do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a peça orçamentária aprovada na Câmara, mas que se provou ser inexequível, mesmo com os cortes propostos por Marcio Bittar (MDB-AC).

Diante da pesquisa da XP/Ipespe divulgada no início da semana, o mercado poderá temer novamente que Bolsonaro, preocupado com Lula, enverede por uma rota mais populista. Guedes é quem segura as pontas. O caminho mais seguro para o presidente passaria por um veto integral, para garantir que não houvesse eventual juridicização do processo (quebra da lei de responsabilidade fiscal). Contudo, um veto parcial já pode servir.

Enquanto isso, a pandemia segue em seu pior momento. Estimativas apontam que, até o início de junho, o Brasil terá mais de 550 mil mortes por Covid-19 – só em abril, deveremos testemunhar a tragédia de 100 mil mortes. Com apenas 9% da população vacinada (pelos menos uma dose), o país precisa resolver logo o impasse do Orçamento, de modo a endereçar a questão sanitária.

E esse pacotão fiscal?

Os dados dos EUA seguem confirmando o padrão de recuperação econômica. À medida que a população é vacinada e as restrições diminuem, os gastos com serviços estão aumentando, como era esperado. As pessoas acabam gradualmente revertendo as adaptações realizadas anteriormente, mudando seu padrão de consumo para se divertir, por exemplo, entre outras coisas.

Em grande parte, existe capacidade de oferta para atender a esse aumento de demanda do setor de serviços, portanto não teríamos uma pressão inflacionária logo de cara. Se Joe Biden cumprir a meta dobrada de vacinar 200 milhões de pessoas em seus cem primeiros dias, talvez comece a haver um pouco de estresse nesse sentido.

Na sequência, o plano de infraestrutura de US$ 2,3 trilhões de Biden pode mesmo remodelar o futuro da América. Atualmente classificada como ultrapassada em diferentes aspectos, a velha infraestrutura da América está diante de uma grande reformulação, já ligada à economia verde.

Ao que tudo indica, serão US$ 621 bilhões para projetos de transporte, US$ 400 bilhões para instalações de cuidados de longa duração para idosos e deficientes, US$ 300 bilhões para impulsionar a manufatura, US$ 213 bilhões para construir e atualizar moradias populares, US$ 100 bilhões para modernizar escolas e US$ 100 bilhões para levar banda larga de alta velocidade a todos os americanos.

A ideia, claro, seria que o plano fosse diluído pelos próximos oito anos – o maior programa de investimentos federais desde a década de 1960, durante a corrida espacial. O plano seria pago por mais de 15 anos, se valendo principalmente de aumento da alíquota de imposto corporativo de 21% para 28% (ainda menor que na era Obama, quando a alíquota era de 35%). Se aprovado até setembro, os EUA poderão desfrutar de uma entrada de década sem precedentes.

Tudo isso, porém, não será tão fácil quanto parece, uma vez que as batalhas no Congresso só estão começando e os republicanos prometeram fazer frente.

Lentidão na reabertura

A expectativa de reabertura da economia europeia vem sendo frustrada, em grande parte atrasada devido ao aumento do número de casos de Covid-19 e, consequentemente, das restrições adicionais. Ao mesmo tempo, a velocidade de vacinação também não tem ajudado.

O Reino Unido, que estava tentando remover gradualmente as restrições, sugeriu que a reabertura ao turismo poderá ser adiada. Isso é importante para a Europa, uma vez que os ingleses acabam influenciando a tomada de decisão dos demais países.

Vale lembrar, porém, que a normalização europeia foi apenas atrasada e não definitivamente perdida; isto é, ainda há esperança de verificá-la em 2021, mesmo que mais tardiamente. Na Europa, porém, o turismo é bastante importante e esse atraso poderá atrapalhar o consolidado do ano como um todo.

Anote aí!

Começamos o dia com a taxa de desemprego da Zona do Euro, que veio acima do esperado (8,3% versus 8,1% da mediana do consenso de mercado), em grande parte devido às renovadas restrições em solo europeu. Ainda que seja uma notícia negativa, as Bolsas europeias têm um catch-up de alguns dias para fazer, então não devem ser tão impactadas, ainda que pudessem ter um dia melhor se o número tiver vindo abaixo.

Ainda no exterior, os EUA apresentam relatório de empregos JOLTs (“Job Openings and Labor Turnover Survey”, ou Vagas de Trabalho e Volume de Força de Trabalho). Fala de Roberto Campos Neto no Fundo Monetário Internacional (FMI) bem como o relatório de estabilidade financeira do Fundo também marcam presença.

No Brasil, os novos ministros da reforma ministerial de Bolsonaro tomam posse, enquanto o mercado espera o resultado do Índice dos Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) do setor de serviços e o composto. Novas falas de Paulo Guedes podem reforçar o bom humor sobre a revisão do Orçamento, que impacta ativos de risco, câmbio e curva de juros. Para nós, o relatório de estoques de petróleo americano também pode fazer preço, bem como a fala de outras autoridades de peso da economia mundial, como Janet Yellen (Tesouro Americano), David Malpass (Banco Mundial) e Kristalina Georgieva (FMI).

Muda o que na minha vida?

O mercado observa com atenção como os conflitos por direitos humanos têm complicado os negócios na China. Basicamente, uma disputa diplomática crescente sobre os direitos humanos está enfatizando a dura escolha enfrentada pelos executivos ocidentais, ou
seja, os princípios de colocar o lucro em primeiro lugar, acima do bem-estar dos funcionários que produzem suas peças de roupas, por exemplo.

A origem do problema? As autoridades dos EUA, União Europeia e Reino Unido acusaram o governo chinês de reprimir os uigures, um povo de origem turcomena que habita principalmente a Ásia Central (os uigures são uma das 56 etnias oficialmente reconhecidas pela China), e outros grupos minoritários por meio de trabalho forçado, detenção em massa e esterilização.

Pequim negou veementemente todas as acusações e diz que os campos (pasmem) na região são “centros de treinamento vocacional”, projetados para combater o terrorismo e o extremismo religioso. Sei, imagino… Diversas varejistas ocidentais estão sofrendo ameaça de boicote da China por conta da posição que tomaram contra o suposto trabalho forçado – represália no e-commerce e até mesmo exclusão das localidades das lojas e fábricas nos aplicativos de transporte.

Pequim deixou claro que as empresas multinacionais devem seguir suas regras se quiserem operar no país. Muitas empresas estão dispostas a jogar o jogo, mas o início do debate pode acarretar mais tensões geopolíticas com o gigante asiático.

Fique de olho!

Hoje é um dia importante para a Vitreo do ponto de vista institucional. E, em linha com a nossa breve mas já relevante trajetória, isso se reflete em soluções para os seus investimentos.

Hoje inauguramos o Inter Vitreo Duplo Alpha, um fundo de ações feito em parceria com o Inter, que, junto com a Vitreo, é um dos protagonistas da chamada indústria 3.0 do mercado financeiro, que põe o cliente no centro.

Eu escrevi um documento que detalha o fundo e conta tudo o que você precisa saber sobre ele para investir. Mas já dá para adiantar um importante “detalhe”: é aberto ao público geral e é super acessível. O aporte mínimo é de apenas R$ 100.

Clique abaixo para conferir o Inter Vitreo Duplo Alpha.

[QUERO CONHECER O NOVO FUNDO]

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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