Pré-mercado: Sem Davos este ano
Bom dia, pessoal!
O Fórum Econômico Mundial, usualmente realizado em Davos, na Suíça, foi cancelado para o ano de 2021.
A princípio, ele deveria ser apenas postergado para o segundo semestre (agosto) e promovido em Cingapura.
Agora, porém, como nem na Ásia as coisas parecem estar mais acertadas, uma vez que a Índia se encontra em uma situação bastante delicada, o evento foi definitivamente cancelado.
Com os mercados ansiosos em ver um mundo caminhando para sinais de reabertura, a notícia é desagradável, até mesmo para a pauta ambiental, que tem encontrado espaço em Davos.
De todo modo, a notícia não parece fazer preço.
Hoje, os mercados abrem em alta na Europa, depois de uma segunda-feira (17) mais difícil.
Os futuros americanos acompanham o otimismo nesta manhã. A ver…
Que venha logo essa privatização
Com a força das commodities, nosso Ibovespa, o principal índice de ações do Brasil, testou novamente os 123 mil pontos, tendo se descolado de Nova York ontem (17).
Para hoje, a CPI da Covid e a MP da Eletrobras estão na agenda do dia, trazendo volatilidade para ativos de risco pela ótica local. Líderes do governo tentarão votar a pauta entre até amanhã, mas o caminho não é trivial.
Um pingo de reformas privatizantes em um dos países que mais gastam com funcionalismo público seria como um suspiro de alívio – as despesas com pessoal ativo de União, Estados e municípios chegaram a 12,9% do PIB em 2019, por exemplo.
Ontem, uma briga por receita criou impasse à privatização da companhia de energia, impactando seus preços em Bolsa – agora, alterações no texto da proposta tornaram-se foco de tensão, fazendo com que o mercado tema sobre a viabilidade da operação.
Sobre a CPI em Brasília, os trabalhos começarão às 9h com o depoimento de Ernesto Araújo, enquanto o isolamento social atinge o nível mais baixo na pandemia – até semana passada, ainda tínhamos mais de 2.000 mortes por dia, vale lembrar.
Pelo lado positivo, os insumos da China para a produção de novas doses parecem finalmente ter data para chegar, enquanto os EUA doam 20 milhões de vacinas já aprovadas para outros países, incluindo o Brasil.
E essa tributação nova vem quando?
O presidente Joe Biden deve anunciar alguma revisão em seus aumentos de impostos sobre os ricos e as empresas para financiar seus projetos fiscais.
A proposta mais recente, chamada de “Plano das Famílias Americanas”, reverteria alguns dos cortes de impostos do ex-presidente Trump em 2017, aumentando a alíquota do imposto sobre as empresas para 28% (agora parece que será 25%), enquanto o imposto sobre ganhos de capital para americanos que ganham mais de US$ 1 milhão por ano poderia quase dobrar para 39,6% (novo número ainda a ser apresentado).
Mudanças no Imposto de Renda também são previstas.
A notícia tem gerado apreensão em Wall Street, que fica sensível e suscetível a realizações, como a de ontem (17), na expectativa cautelosa pela ata do Federal Reserve, a ser divulgada na quarta-feira (19).
O cálculo da Casa Branca é de que há necessidade de modernizar a infraestrutura, investir em creches e na educação infantil e, para tal, é preciso propor uma forma de custear isso.
A interpretação democrata é que os mais ricos e as empresas deveriam arcar com os custos de tantos projetos, mas existem visões alternativas e outras propostas que ainda estão sobre a mesa. Muita discussão pela frente.
Aflições europeias
Os dados do mercado de trabalho do Reino Unido vieram mais fortes do que o esperado, com revisões positivas no mês anterior, um movimento que tem sido verificado em todos os países que experimentam algum grau de reabertura – o entendimento é o de que os modelos convencionais não conseguiriam capturar com precisão o crescimento verificado na reabertura.
Outra coisa positiva: estes ainda são os dados de março e, portanto, são anteriores ao fim de várias restrições significativas nas últimas semanas.
É importante acompanhar movimentos de países em reabertura, como o Reino Unido, os EUA e a Austrália, para entendermos como a recuperação está se dando e estabelecermos premissas para as nossas condições aqui.
A narrativa de crescimento europeu hoje, inclusive, será colocada à prova, uma vez que o PIB veio em linha com o esperado, sem grandes surpresas – houve queda de 0,6% no primeiro trimestre contra o período imediatamente anterior, o último trimestre do ano passado.
A recuperação econômica da Europa está dividida entre 2021 e 2022.
Nota-se que a Zona do Euro está atrasada em relação à história de crescimento dos britânicos e dos americanos, com expectativa de inversão dessa tendência no segundo semestre, quando as demais localidades normalizarem o crescimento, como tem acontecido na China, e a Europa se reabrir mais definitivamente.
Anote aí!
Para hoje, o PIB europeu prometia mostrar a força da economia dos países do bloco, mas os dados, diferentemente do PIB japonês, que veio abaixo da mediana do consenso, vieram em linha com o esperado, sem grandes surpresas.
Falas de autoridades monetárias na Europa (BCE e BoE) têm espaço para a atenção dos agentes econômicos.
Na terra do Tio Sam, os mercados ainda focam seus esforços na análise das pressões inflacionárias, com expectativas para a ata do Fed nesta quarta-feira, que pode trazer impacto sobre o câmbio e juros.
Fora isso, construções de moradias iniciadas de abril e estoques de petróleo aparecem na agenda do dia.
No Brasil, foco no calendário de Brasília, que deverá trazer emoção, com a Secretaria de Política Econômica divulgando a grade de parâmetros macroeconômicos com estimativas sobre o PIB e a inflação e Boletim MacroFiscal, além dos fatores políticos já mencionados acima.
A reunião trimestral de diretores do BC no Rio de Janeiro também marca o dia – novidades podem movimentar os mercados.
Muda o que na minha vida?
Os gastos do consumidor estão aumentando, mas a inflação também.
Nos EUA, as vendas no varejo de agora parecem estar caminhando para patamares acima dos níveis pré-pandemia e devem continuar subindo à medida que os casos de Covid-19 diminuem e a economia se recupera.
Vale lembrar que as vendas no varejo respondem por cerca de um terço dos gastos do consumidor, de longe o principal impulsionador da economia americana – os americanos já estão começando a gastar mais em serviços que evitaram durante a pandemia.
No entanto, como já estamos cansados de saber, todos os gastos reprimidos parecem ter uma desvantagem: preços mais altos, o que deixa os investidores em Wall Street apreensivos quanto ao nível e a natureza da inflação.
Um dos erros mais comuns sobre a noção generalizada que as pessoas têm de inflação é a ideia de que um único número pode medir as variações de preços.
A verdade sobre a inflação é complexa, com muitas maneiras de medi-la.
As principais medidas da inflação dos preços ao consumidor e ao produtor estão subindo hoje, mas não por causa do que está acontecendo agora.
O custo de uma ampla variedade de produtos, desde petróleo a madeira e metais preciosos, está aumentando.
Os fabricantes estão começando a repassar alguns desses aumentos de preços para os clientes, gerando inflação.
Ou seja, as taxas de inflação mais altas nos dizem que há 12 meses os preços dessas commodities, como o petróleo, estavam mais baixos.
Nesse caso, estaríamos passando por um choque temporário de preços, que deverá ser corrigido nos próximos 12 meses.
De fato, a inflação pode até ficar mais alta do que tem estado nos últimos dez anos, mas só porque a última década foi de inflação baixíssima.
Um retorno de preços mais altos, principalmente causados por um choque, não significa o renascimento estrutural de uma inflação perversa, o medo atual dos mercados.
Fique de olho!
O nosso principal FoF, o FoF Melhores Fundos, segue sendo o prodígio que foi no ano passado. Batendo o CDI de lavada e entregando 26,41% desde o começo, no dia 08/04/2019, até a cota do dia 14/05/2021.
Confira:
No ano, o FoF tem entregado 3,39%, enquanto o CDI é de 0,81% no mesmo período (também até a cota do dia 14/05/2021).
São resultados muito consistentes e uma performance que não perde fôlego, ainda mais porque é um FoF super diversificado, com fundos dos mais variados, com tudo o que você precisa: renda variável, renda fixa, proteções, câmbio… Não falta nada.
Claro que performance passada não garante lucro futuro, como você sabe, mas a consistência do FoF Melhores Fundos tem que ser exaltada.
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Atenção:
A aplicação em fundos de investimento não conta com a garantia do FGC, de qualquer mecanismo de seguros ou dos prestadores de serviço do fundo.
Não deixe de ler o regulamento do fundo e seus fatores de risco antes de investir.
Um abraço,
Jojo Wachsmann